Desde o início do processo eleitoral para as prefeituras, o PSB estadual deixou claro que a prioridade Nº 1, sem número 2, era a reeleição do prefeito Geraldo Júlio, no Recife. Para isto, chegou a pedir os cargos ocupados por PSDB e DEM no Governo do Estado, devido estes partidos, antes aliados, apresentarem candidaturas-solo para a capital, com Daniel Coelho e Priscila Krause, que tiveram votações muito aquém de suas próprias estimativas. Ponto para o PSB.
A prioridade foi tanta que o governador não apareceu no primeiro turno em praticamente nenhuma das cidades mais importantes do estado. Deixou secretários e aliados representá-lo, e na maioria das vezes até subirem em múltiplos palanques.
Onde o PSB tinha forte estrutura, sem precisar da presença de Paulo Câmara, independente do porte dos municípios, o partido conseguiu bons resultados, como Petrolina e Arcoverde, e aqui na região, Capoeiras, São Bento, Bom Conselho, Palmeirina, Brejão, Angelim, etc. Mas o resultado é mais crédito das estruturas locais. A Frente Popular conseguiu reverter a região, que tinha hegemonia de Armando e seu PTB. Em Garanhuns, Sivaldo conseguiu bons 15 mil votos, mas muito longe da votação de Izaías. No entanto, o resultado acabou satisfatório, pois as pesquisas mostravam uma diferença de sete pra um, e acabou menos de três para um. (Izaías teve um pouco menos de 45 mil votos, e Sivaldo pouco mais de 15 mil votos)
A prioridade do PSB estadual com o Recife deu certo, com votação recorde, mas gerou rachas em outros municípios, onde os candidatos esperavam mais do partido e da Frente Popular, como Jaboatão, Caruaru, Olinda, Garanhuns, entre outros.
Muitos dos prefeitos eleitos são, ou eram, da base aliada do governador, e agora os embates desta campanha precisam ser trabalhados. É o caso de Olinda e Jaboatão, pois perdê-los para a oposição pode trazer consequências para 2018. O Governo do Estado precisa refazer alianças, e passa necessariamente pelo diálogo com os novos prefeitos.
E lógico, o cenário político nacional tem fundamental influência, pois o principal adversário de Paulo Câmara, o senador Armando Monteiro, ensaia deixar o PT na mão para se aliar com o PSDB e o DEM, para voltar a alimentar seu sonho de governar o estado. Armando deixaria Lula, Dilma e o PT estadual, por uma aliança com seus principais adversários, o PSDB de Bruno Araújo e o DEM de Mendoncinha. E olha que João Paulo sai desta campanha com bom patrimônio eleitoral, além da influência do PT com os segmentos sociais.
É certo que ter o Recife na conta é importante, mas o debate agora será Pernambuco. A capa da Folha de Pernambuco mostra bem esta situação: Paulo Câmara comemora com Geraldo Júlio, e abaixo, vêm as três notícias de Jaboatão, Olinda e Caruaru, sem Paulo.