sábado, 11 de março de 2017

Reginaldo Rossi morreu pobre e com dívidas de jogo



O Rei do Brega alimentava uma imagem de mulherengo, que gostava das noitadas com bebidas, músicas e jogos de cartas. Casado e pai de família, Reginaldo Rossi, de fato bebia e fumava bastante, e era viciado em jogos, chegando a perder muito dinheiro nas mesas de cartas. Lembro de uma notícia que o cantor estava, certa vez, em uma casa clandestina de jogos, em Boa Viagem, Zona Sul do Recife, quando a polícia chegou. 

Reginaldo Rossi ganhou muito dinheiro. Era um cantor com agenda cheia, principalmente no Nordeste, mas que tinha público fiel também no sul do país, sempre procurado pelas redes de TV, pois dava audiência com seu jeito espontâneo de se apresentar e repertório popular, que agradava a todas as classes sociais.

O título de Rei, ao lado de Roberto Carlos e Luiz Gonzaga, mostra o carisma e o mérito do ídolo da Jovem Guarda que trilhou o caminho do brega para se consolidar como um dos mais importantes nomes da música popular no país durante três ou quatro décadas.

Contudo, este dinheiro ganho ao longo de décadas de palcos não estava nas contas de Reginaldo Rossi, provavelmente perdido em noites de jogos. Roberto Rossi, filho do Rei, revelou, em entrevista ao programa Domingo Show, da Record, que o cantor morreu sem dinheiro devido ao vício em jogo. 

Celeide Neves, viúva de Reginaldo, morreu um ano depois
Como conta o Diário de Pernambuco: "Quando meu pai faleceu, eu e minha mãe buscamos nas contas, mas não tinha nada, nada, nada", contou ele, que agora trabalha como motorista para sobreviver. Roberto disse ainda que, por conta das dívidas do pai, a família não teve dinheiro para enterrá-lo. "A gente ganhou o jazigo e todo o funeral". A entrevista vai ao ar neste domingo (12).

Roberto contou também que chegou a tentar administrar as contas do pai, mas ele não deixou. "Ele era muito centralizador...Eu tentei durante uma época, mas não tinha como".

Celeide Pessoa Neves, a viúva de Reginaldo Rossi, morreu em agosto de 2014, no Recife, aos 67 anos, vítima de um infarto.

O vício em jogo merece maior atenção das autoridades, pois também tem o poder de destruir famílias, é uma questão de saúde pública, e muitas vezes, alimentado pelo crime. Há quem defenda a liberação das casas de jogos e cassinos no Brasil, contudo, sem esta preocupação social, sem cuidar das pessoas viciadas, veremos muita gente perderem seus patrimônios e suas vidas nas roletas, bingos e mesas verdes de cartas. E a família perde junto, e sempre.

RÁDIO MÚSICA BRASIL MPB

Direitos do Autor

Copyright 2014 – RONALDO CESAR CARVALHO – Para a reprodução de artigos originais assinados pelo autor deste blog em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso,é exigida a exibição do link da postagem original ou do blog.