A afirmação do presidente Michel Temer sobre votar a reforma da Previdência no Congresso Nacional ainda este ano, depois das eleições, foi duramente criticada, nesta quarta-feira (26), pelo líder da Oposição ao governo no Senado, Humberto Costa (PT-PE). Para o senador, a declaração, dada nessa terça, pelo presidente na ONU é uma afronta e representa um novo golpe baixo nos trabalhadores brasileiros, que já sofrem com o país em crise, com 27,5 milhões de desempregados e subocupados, e convulsão social.
“Além de todas as maldades que já fez, como ter rasgado a CLT e destruído os direitos dos trabalhadores, Temer, agora, avisa que aposta nos seus aliados fieis - os mesmos que o salvaram de ser investigado por corrupção- para votar a reforma da Previdência. O projeto vai destruir as aposentadorias e pensões da população”, disse Humberto.
Segundo o parlamentar, Temer contará com a ajuda de deputados da sua base, incluindo Mendonça Filho (DEM) e Bruno Araújo (PSDB), candidatos ao Senado em Pernambuco, para aprovar o texto na Câmara. “Ele terá a ajuda dos seus dois ex-ministros, que o livraram também de investigações em casos nebulosos. A pergunta que faço é: será que alguém ainda tem coragem de votar em quem vota contra o povo?”, questionou.
O senador avalia que os parlamentares que irão participar de eventual sessão para apreciar o texto da reforma da Previdência não terão qualquer compromisso com o povo, pois a apreciação será feita depois do resultado do pleito de outubro.
“Por isso, temos de montar uma bancada forte que tenha compromisso com a classe trabalhadora. Ou, então, eles fazem o mesmo que fizeram com a reforma trabalhista, destruindo direitos e conquistas históricos. Vamos impedir, a todo custo, a votação de mais essa medida nefasta”, destacou Humberto.
De olho no pacote de maldades do governo desde que ele assumiu o Palácio do Planalto após o golpe, o líder da Oposição no Senado já votou contra a reforma trabalhista e a proposta que congelou investimentos em saúde e educação por 20 anos. Ele também participou de diversas mobilizações contra a reforma da Previdência, que acabou engavetada na Câmara depois de muita pressão. Mendonça e Bruno foram a favor de todas as medidas.
Porém, nessa terça-feira, durante a abertura da 73ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, em Nova York, Temer voltou a defender a votação da reforma da Previdência após as eleições, levantando, inclusive, a possibilidade de suspender, provisória ou definitivamente, a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro para garantir a mudança na Constituição, que não pode ser feito enquanto durar intervenção federal em Estados.
Assessoria do senador