domingo, 4 de novembro de 2018

Grupo quer Pernambuco independente do Brasil. Outros querem o Nordeste. Você concorda?



Há 200 anos Pernambuco buscou a separação do Brasil, por alguns dias chegou a ser independente, uma nação. A data da nossa revolução é a Data Magna do nosso estado, 6 de março. Depois, reintegrado, perdemos parte de nosso território, o atual estado das Alagoas, como forma de punição.

Atualmente, uma nova geração de separatistas, herdeiros de Frei Caneca, querem novamente a independência do estado. Trazem dados estatísticos, econômicos, políticos, sociais e culturais que mostram que seria melhor Pernambuco como uma nação soberana, vivendo em harmonia com o Brasil, como acontece com tantos outros países que foram declarados independentes após desmembramentos.

Outro grupo, que vi no Jornal do Commercio e no Facebook, quer a independência do Nordeste. Os argumentos são parecidos. A região, tratada com preconceito, não recebe de volta em investimentos o que produz para o Brasil. Seria uma espécie de Neocolonialismo, onde a região serve para abastecer com mão de obra barata e matéria prima o sul desenvolvido.

Outros grupos pelo Brasil também querem a mesma coisa, o mais forte é "O Sul é meu país", que defende a independência dos estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina. Há também movimentos separatistas em São Paulo e Espírito Santo. Isto mostra uma crítica íntima de que o país não tem dado maior importância e investido corretamente nos estados e regiões, pois cada um, com seus próprios interesses e argumentos, quer ver seu estado ou região soberanos, vivendo de sua própria economia. Em todos os casos, os defensores querem plebiscitos para ouvir suas populações.

Quanto à independência de Pernambuco, creio que é uma excelente tese para voltar ao debate acadêmico, 200 anos depois, mas com a improbabilidade, para não dizer impossibilidade, de se tornar realidade diante do que diz a constituição em relação aos estados da federação, que proíbe até mesmo a defesa de independências.

Quanto ao Nordeste, além da questão constitucional, não há nem mesmo união entre os estados. Acho difícil a Bahia encampar a ideia. Pernambuco, Bahia e Ceará, principalmente, teriam que aglutinar forças, mas o atual ambiente econômico coloca os três estados como adversários na atração de investimentos. Iriam caminhar juntos? Mas dá pra fazer alguns previsões. Recife ou Salvador capital do Brasil? E a questão política? Ciro presidente do Nordeste? Ou a volta triunfal de Lula? E a seleção Nordestina em uma Copa do Mundo?

Politicamente, creio que é o momento de maior união dos estados, sendo vista como região de resistência ao novo projeto político brasileiro. Mas por enquanto, vamos vivendo dos versos e motes de repente, como já o fizeram Ivanildo Vila Nova e Bráulio Tavares, "Imagine o Brasil ser dividido e o Nordeste ficar independente".

E o movimento separatista fica para ativistas que desejam ver seus estados e regiões desmembrados do Brasil, sem nenhum passo concreto que possa virar realidade.

RÁDIO MÚSICA BRASIL MPB

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