A completa desorganização registrada no Ministério da Educação (MEC) desde que Bolsonaro assumiu a Presidência da República fez o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), criticar, nesta terça-feira (9), a escolha de “um gerente de banco sem experiência na área” para comandar a pasta, questionar os posicionamentos preconceituosos do novo ministro sobre o Nordeste e declarar que a queda de Vélez Rodriguez não irá trazer soluções para o quadro de problemas do órgão.
Para Humberto, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) segue ameaçado, o pagamento do Fies continuará atrasado e vários cargos fundamentais do MEC permanecerão sendo ocupados por pessoas desqualificadas, prejudicando a execução de políticas públicas fundamentais. O senador avalia que Bolsonaro jogou lá dentro mais querosene em meio a toda essa balbúrdia em que se transformou a pasta.
“O novo ministro é um economista de direita servil ao mercado especulativo, do qual sempre foi empregado. É outro lunático caçador de fantasmas, que vive assombrado por conspirações imaginárias. É mais um olavista, seguidor do astrólogo terraplanista Olavo de Carvalho, que vai continuar travando essa queda-de-braço com militares pelo controle da pasta, paralisada há 100 dias”, resumiu.
De acordo com o parlamentar, de educação mesmo, Abraham Weintraub não entende nada, sendo absolutamente inexperiente na área. Humberto ironizou o novo ministro ao dizer que, entre as suas preocupações conhecidas para o setor, estão a de combater o que ele chama de “marxismo cultural” e a de condenar o ensino de filosofia e sociologia para os nordestinos.
“O ministro acha que o povo do Nordeste não tem por que estudar disciplinas dessa natureza. Essa é a visão que esse governo tacanho tem da região onde estão 23% dos brasileiros. Não à toa, impingimos a Bolsonaro uma fragorosa derrota nas eleições. É no Nordeste onde esse presidente nefasto é mais rejeitado”, ressaltou. “Os nordestinos entendem mais de filosofia, sociologia e história do que todo o governo Bolsonaro junto.”
O líder do PT no Senado disse que torce para que o MEC saia dessa paralisa, que hoje deixa vagos cargos sumamente importantes como a Secretaria de Educação Básica e a própria presidência do Inep, responsável pela execução do Enem.
Da assessoria do senador