quarta-feira, 3 de junho de 2020

Você precisa saber - REVISTA VEJA

INVESTIMENTO SOB SUSPEITA
No mesmo dia em que o Brasil registrou o maior número de mortes por Covid-19 em 24 horas, 1.262, o Ministério Público Federal pediu a abertura de um inquérito civil para apurar o baixo investimento do governo federal no combate à pandemia. Segundo os procuradores, o Ministério da Saúde disponibilizou 11,74 bilhões de reais para as ações, mas só foram usados 2,59 bilhões de reais. O MPF diz ainda que, a partir da segunda quinzena de abril, os repasses a estados e municípios foram drasticamente reduzidos. Para o órgão, os dados apontam para uma possível ineficiência da União no enfrentamento da doença.
 

RECORDE PREOCUPANTE
Um dia após iniciar o processo de reabertura, o estado de São Paulo registrou recorde de 327 mortes por Covid-19 em 24 horas, além de 6.999 novos casos. Apesar disso, o governo preferiu destacar uma desaceleração no aumento do número de infecções. Enquanto isso, o prefeito de Marília, Daniel Alonso, baixou decreto para colocar a cidade na fase 4 da flexibilização e permitir o funcionamento de shoppings, bares e academias, o que contrariou determinação do governador João Doria, que havia colocado a região na fase 2. Segundo Alonso, que é do PSDB, mesmo partido de Doria, a decisão foi 'técnica'. O Ministério Público vai contestar a validade do texto.

ALERTA: DIABETES
Um estudo mostrou que pacientes com complicações por causa da diabetes têm duas vezes mais riscos de morte ao serem infectados pelo novo coronavírus. A pesquisa, feita pela Associação Europeia de Estudos da Diabetes, analisou o quadro de saúde de 1.300 pessoas diabéticas e com a Covid-19 em 53 hospitais franceses. Foi avaliada a progressão dos pacientes durante uma semana e, após o período, 29% deles estavam utilizando um ventilador mecânico ou haviam morrido. Os pesquisadores concluíram que um em cada cinco diabéticos com Covid-19 precisou do auxílio de ventilador e um em cada dez morreu por causa da doença. É preciso cuidado redobrado.

O OLHAR DOS MÉDICOS
Pesquisa feita pela Associação Paulista de Medicina revelou que para 84,5% dos médicos brasileiros a pior onda da epidemia ainda está por vir. Foram ouvidos 2.808 profissionais de 24 estados com o intuito de mapear opiniões e condições de trabalho. Segundo outro levantamento, do Datafolha, o medo de contrair a doença subiu e atinge 45% dos brasileiros. Em março, esse número estava em 36%. Os que dizem não ter medo passaram de 26% para 21%. A pesquisa mostrou ainda que para 89% dos entrevistados, o uso da cloroquina deve ser decidido por médicos e não por políticos.

NOVA ONDA
Após registrar 34 novos casos, o que representa quase sete vezes mais do que no dia anterior, o governo de Tóquio pediu para a população ficar em casa e só sair se for realmente necessário. O número foi registrado uma semana após o fim do status de emergência no Japão e no mesmo momento em que a economia é reaberta progressivamente. Nesta semana, o país entrou na segunda fase do relaxamento, quando escolas públicas, comércio, cinemas, teatros, academias e shoppings voltaram a funcionar. Durante o período de reabertura, o governo prometeu aumentar o número de testes. Até o momento, o país registrou 16.852 casos e 903 mortes.

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