quarta-feira, 18 de novembro de 2020

Bolsonaro derruba Patrícia Domingos no Recife, por Amisadai Andrade

Uma questão contraditória agora é o partido da delegada, que recebeu apoio de Bolsonaro, anunciar apoio a Marília Arraes (PT), no segundo turno da capital pernambucana. 



Artigo: O presente grego de Patrícia Domingos

Todos sabemos que a rejeição ao governo Bolsonaro no nordeste não é pequena, segundo pesquisa divulgada no ultimo dia (9) de novembro pelo IBOPE, a rejeição do político na capital pernambucana chega a 50%.

Mas, afinal de contas, o apoio do presidente prejudicou a candidata Delegada Patrícia (Podemos)?

O site O Antagonista apurou que quem convenceu Bolsonaro a entrar na campanha na capital pernambucana foi o presidente da Embratur, Gilson Machado que é um dos responsáveis também pelo fracasso do Aliança pelo Brasil em Recife. Segundo o mesmo site, o assunto foi levado a Bolsonaro durante uma viagem ao Pará, quando o presidente da Embratur integrou a comitiva do Planalto.

O apoio de Bolsonaro causou “racha” na chapa da delegada Patrícia Domingos (Podemos). Após fazer live com o presidente, Patrícia causou desconforto com o Cidadania, partido de seu vice, Leo Salazar.
Nos bastidores do Podemos, a avaliação quase unânime é a de que a “inexperiência política” da delegada pesou e ela “caiu em uma armadilha que decretou o seu destino”.

Antes do apoio do presidente, a candidata chegou a empatar com Marília Arraes (PT) na segunda colocação e ultrapassar o ex-ministro Mendonça Filho (DEM). Com o anúncio do apoio, Patrícia caiu e voltou a quarta colocação.

No final da votação, Patrícia terminou em quarto lugar com 14% dos votos, com quase 90 mil votos a menos que o terceiro colocado Mendonça Filho (DEM) e 110 mil votos a menos que a segunda colocada Marília Arraes (PT). A diferença enorme resultou na queda de Patrícia Domingos.

Fenômeno parecido aconteceu em São Paulo, Celso Russomano apareceu na liderança nas primeiras pesquisas, mas caiu na reta final e foi ultrapassado por Guilherme Boulos (PSOL), justamente quando Bolsonaro manifestou sua preferência por ele.

Cavalo de Troia

O Cavalo de Troia foi um grande cavalo de madeira construído pelos gregos durante a Guerra de Troia. Tomado pelos troianos como um símbolo de sua vitória, foi carregado para dentro das muralhas, sem saberem que em seu interior havia vários soldados inimigos escondidos. À noite, os guerreiros saem do cavalo, dominam as sentinelas e possibilitam a entrada do exército grego, levando a cidade à ruína.

A referência do cavalo de troia ser o presente grego de Bolsonaro, se faz pelo apoio que afundou e tirou qualquer chance de vitória da Delegada e da Direita no Recife. Assim como o cavalo de madeira, o apoio de Bolsonaro veio de última hora, mas bonito com direito a participação de Patrícia e sua live, mas dentro desse cavalo/ apoio tinha uma rejeição ao presidente na cidade que decretou o abandono de quem estava pretendendo votar na Delegada.

Além disso, os votos dos bolsonaristas já tinha dono, Mendonça era o candidato esperado para ter o apoio do presidente, mas não teve.

Em 2022, o presidente precisará de apoios pontuais, mas seu posicionamento de não apoiar quem devia, pode custar muito caro.

Artigo: Amisadai Andrade, do Portal de Prefeitura
Foto: Divulgação

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