O governador paulista João Doria (PSDB-SP) afastou o coronel Aleksander Toaldo Lacerda, da Polícia Militar, que fez uma convocação para os atos bolsonaristas do 7 de Setembro. Para a colunista do UOL Thaís Oyama, policiais militares bolsonaristas são diferentes de militantes aloprados bolsonaristas porque têm armas. Já os comandantes bolsonaristas da PM são diferentes de policiais militares bolsonaristas porque, além de armas, têm tropas.
O coronel Aleksander Lacerda, por exemplo, tinha 5 mil homens sob o seu comando quando escreveu em suas redes sociais que "liberdade não se ganha, se toma". Afirmou que para "derrubar a hegemonia esquerdista no Brasil" é preciso "um tanque e não um carrinho de sorvete".
"O coronel deixou claro seu despreparo para a função que é a razão de ser da corporação que representa: zelar pela preservação da ordem pública. Por esse motivo, foi afastado do cargo por determinação do governador de São Paulo, João Doria", escreveu Thaís.
Segundo a colunista, infelizmente, a decisão do governador pode ser insuficiente para conter o que parece ser o estouro de uma bolha. A ideia de que Bolsonaro, em caso de violência nas ruas, possa se recusar a atender solicitações de governadores para operações de garantia da lei e da ordem (GLO) tem por base declarações reiteradamente proclamadas pelo próprio presidente.
Diante do fantasma da derrota nas eleições do ano que vem e das consequências que ela pode trazer — também na esfera da Justiça — para ele e sua família, o ex-capitão aposta no tudo ou nada.
"Bolsonaro brinca com pólvora, e a piora galopante dos índices econômicos do país nos últimos dias é apenas um indício de que, desgraçadamente, ele não é o único que pode sair carbonizado da sua aventura" Thaís Oyama