Em caráter reservado, ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) afirmaram à colunista Carolina Brígido que torcem pela aprovação do procurador-geral da República, Augusto Aras, na sabatina de hoje na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado. A tendência é ele ser reconduzido a mais dois anos no cargo.
Apesar de atritos entre Aras e o STF, ele tem o apreço da Corte. Três ministros cobraram uma atitude mais enérgica de chefe da PGR (Procuradoria-Geral da República) em processos que atingem o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e aliados.
Rosa Weber rejeitou pedido da PGR para aguardar a conclusão da CPI da Covid antes de decidir sobre possível investigação contra Bolsonaro por prevaricação. Depois, Cármen Lúcia cobrou um posicionamento de Aras sobre uso de TV pública para atacar a credibilidade do sistema eleitoral brasileiro.
Por fim, Aras não apresentou no prazo determinado por Alexandre de Moraes um parecer sobre a prisão do presidente do PTB, Roberto Jefferson. O ministro emitiu nota ressaltando a falha da PGR.
Ainda assim, Moraes não quis briga e arquivou a queixa-crime contra o procurador-geral por suspeita de prevaricação.
Apesar de ser aliado de primeira hora de Bolsonaro, Aras também conta com o apoio da maioria dos senadores —e, portanto, deve ser facilmente aprovado na sabatina.
Só não é querido entre os pares. Um grupo de subprocuradores-gerais aposentados e o ex-procurador-geral Cláudio Fonteles encaminharam ao CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) um pedido de investigação criminal contra ele por prevaricação em relação aos processos contra Bolsonaro e pessoas ligadas ao governo.