O tenente-coronel da reserva Hélcio Bruno de Almeida, que é ouvido hoje na CPI da Covid, já intermediou ao menos três negociações envolvendo milhões de dólares no Ministério da Defesa. A reportagem é de Lucas Valença.
Hélcio se apresenta nas redes sociais como representante sênior da empresa Suntech Soluções de Inteligência, adquirida pela companhia israelense Verint Systems.
Nos contratos junto ao Exército, teria atuado como facilitador da empresa junto à área militar. O lobby teria rendido contratos milionários da Verint junto ao Ministério da Defesa nos últimos anos. O Exército, porém, nega que ele tenha atuado como lobista (leia mais abaixo).
Em 8 de outubro de 2018 é publicado no Diário Oficial da União um "extrato de inexigibilidade de licitação" de um contrato no valor global de mais de US$ 11,9 milhões.
A quantia desembolsada serviria para que o Exército Brasileiro adquirisse uma solução integrada "para a ampliação e atualização de sistemas de hardware e software da plataforma Verint".
Dois meses antes, o Centro de Comunicações e Guerra Eletrônica do Exército havia feito um acordo de compensação com a Verint que contemplava "16 projetos de compensação" concordados no ano anterior. O valor desembolsado foi de US$ 10,5 milhões.
A reportagem não teve acesso ao valor do último contrato citado.
Já em 2020, um outro aditivo também teria contado com a influência de Hélcio Bruno. Três projetos de compensação firmados em 2019 custaram à União quase US$ 10,8 milhões.
Procurado, o Centro de Comunicação Social do Exército disse que Hélcio Bruno "não intermediou nem atuou de qualquer forma como representante das empresas citadas".