No orçamento das famílias brasileiras, as dívidas já correspondem a 59,9% da renda média anual, maior patamar registrado na série histórica do Banco Central, iniciada em 2005. A parcela da renda destinada ao pagamento de juros e prestações também está em alta: chegou a 30,9% em agosto. “Para famílias com renda comprometida, o dilema vai ser tomar banho frio para comer”, afirma Simão Davi Silber, do Departamento de Economia da USP.
O recorde de endividamento ocorre em meio à alta da inflação e à elevação dos juros e acende o alerta de especialistas para a redução do consumo das famílias, motor do Produto Interno Bruto (PIB). A pressão sobre o orçamento familiar será um limitador adicional ao crescimento da economia nos próximos meses, afirmam.