quarta-feira, 9 de março de 2011

Garanhuns Jazz Festival nas páginas do Diário de Pernambuco, e a falta dos alternativos para o Happy Hour e as Jams Sessions

Dias antes do carnaval, recebi um e-mail do jornalista do Diário de Pernambuco, André Dib, perguntando-nos se estaríamos produzindo o CarnaJazz, onde aconteceriam as Jams Sessions do Garanhuns Jazz Festival, a exemplo do ano passado, quando realizamos com muito esforço e apoio dos amigos, no Escritório Bar e Restaurante, conseguindo mídia gratuita em vários meios de comunicação da capital.

Porém, infelizmente, este ano não foi possível, pois tudo acabou ficando muito em cima do evento, inclusive o retorno dos organizadores, para que pudéssemos contactar patrocinadores e pensar no ambiente, com aluguel de som, iluminação, bandas, mídia, etc.

Alguns amigos e leitores do blog sentiram falta de outros eventos paralelos ao jazz, que pudessem complementar a programação.

Propusemos realizar o Happy Hour no Pau-Pombo, como fizemos o Doritos Festival, ou até mesmo pensar em uma nova proposta com cultura popular em outro palco, durante o dia, quem sabe começando ao meio-dia, mas não foi possível. Mas a exemplo do ano passado, o Garanhuns Jazz Festival foi um sucesso. Assim, como evento solo.

Mas acho que precisamos criar e perenizar alternativas diurnas para o folião e o turista, propostas que casem com o Jazz. Aliás, o próprio prefeito já antecipou que no próximo ano o Festival ganha mais um dia, vai do sábado à terça-feira. Por isso precisamos ter movimentação cultural para receber bem todo mundo. É bom saber que a Budega de Macilon (Zé) faz as honrarias de polo cultural nestes eventos, como nos conta o jornalista Zé Teles no Jornal do Commercio. Zé é um dos mais respeitados conhecedores da música brasileira, e escreve sempre com irreverência. 

Enquanto a Budega do Véio em Olinda é uma atração à parte, com direito até a ser citada como point na página oficial da prefeitura de lá, aqui, a nossa Budega sofre com discriminação e perseguição. Mas parece que ultimamente a coisa tem diminuído. Muitos turistas que vêm das bandas da capital procuram um espaço descolado onde possam conversar, conhecer a cena cultural da cidade e tomar suas cachaças. Isto é a Budega do Zé.

Penso que se a Budega foi citada pelo Zé Teles e o André Dib nos cantactou, iríamos novamente colocar nosso evento no JC e DP, o que é bom para a cidade, além da movimentação cultural que amplia o leque. Portanto, aumenta a necessidade de pensar no Happy Hour e nas Jams Sessions para 2012. São complementos alternativos necessários ao Garanhuns Jazz Festival.

O Happy Hour pode ser pensado como grade oficial pela organização, que era o que se pretendia este ano. E as Jams Sessions poderiam ser organizadas por bares e restaurantes, que precisam entrar no clima do Jazz.

Hoje vejo a reportagem completa do André Dib no DP, e fico feliz com o texto que fala tão bem do GJF. Não é fácil cuidar de um evento assim, parabéns especialmente para Papaléo e Gabriela Valença.

Seria interessante pensar no próximo ano integrar a programação oficial do carnaval pernambucano, já que foi aberto o caminho através da Secretaria de Turismo, pelo apoio ofertado este ano.

Quanto aos eventos alternativos, como realizamos o CarnaJazz e o Doritos Festival, vamos pensar com antecedência e ver se conseguimos os apoios necessários às suas realizações.

Vejam o texto do André Dib, a quem agradeço o contato.
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Garanhuns // Paraíso do jazz e blues no carnaval

O retiro musical do Garanhuns Jazz Festival não foi propriamente religioso, mas certamente elevou o espírito de cerca de cinco mil pessoas que optaram por evitar o carnaval sem apelar para a TV. Tome como exemplo o arranjo de Jehovah da Gaita para Georgia on my mind, o famoso spiritual de Ray Charles. Suas frases se uniram com a voz da cantora Cida Maria, o que gerou o momento mais emocionante dos três dias de programação. Assim como Jehovah, o festival está de parabéns por ter apresentado grandes instrumentistas de Pernambuco, que só não aparecem mais por falta de oportunidade e valorização.

Jehovah fez parte do encontro de harmônicas, promovido na noite de segunda-feira. Ladeado por Jefferson Gonçalves e Flávio Guimarães, Uptown na ´cozinha`, Jehovah foi reverenciado no palco e na plateia, formada por diferentes gerações. Houve tempo para lembrar de Tavares da Gaita, mestre de Caruaru, em homenagem de Jefferson Gonçalves, que tocou Baião fazendo a base e o solo ao mesmo tempo. Pena que durou pouco.

Os gaitistas brasileiros fizeram um show enxuto para não atrasar a performance de Rick Estrin & The Nightcats. O grupo chegou a Garanhuns no fim de tarde e logo depois estava tocando a mil por hora um repertório que nos teleportou aos loucos anos 1950. A figura caricata, teatral e divertida de Mr. Estrin, que dançou sobre clichês do rock'n'roll, foi a sensação do festival. As pessoas deliraram quando ele tocou sem as mãos, com a gaita dentro da boca. Igualmente quando todos os músicos tocaram de costas para o público, com os instrumentos nas costas. Minutos depois do bis de Estrin o clima ainda estava quente e a Irmandade do Blues jogou a favor. Sem André Matos, que cancelou participação, o grupo encerrou o festival. (André Dib)

RÁDIO MÚSICA BRASIL MPB

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