quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Sulanca em Garanhuns


Há dez anos Toritama só existia como um pontinho no mapa, com todo respeito àquela cidade, mas nos referimos ao boom econômico a partir do momento em que todos passaram a apostar na sulanca como lastro de desenvolvimento econômico. Na época Santa Cruz do Capibaribe já era conhecida como produtora de confecção e Caruaru já tinha na sulanca a base da sua feira, mundialmente conhecida, inclusive cantada por Gonzagão na composição de Onildo Almeida. Mas, mesmo assim, Toritama apostou, trabalhou e hoje colhe os frutos da sua ousadia. E Garanhuns? Não poderia aproveitar esse perfil empreendedor do Agreste? Sabem quantos ônibus vindos das mais longínquas regiões passam por aqui indo em busca dos produtos daquelas cidades? Sabem quantas sacoleiras saem dessas bandas pra ir comprar confecção lá? Ou melhor, não são apenas as sacoleiras de antigamente não. Hoje em dia até lojas renomadas que antes tinham os lançamentos do sul do país, vão ali, cem quilômetros, e vendem pra gente com mais de 100% de lucro. Então porque não produzimos nós também? Já viram quantos polos estão construindo mundo afora para centralizar a compra por esta roupa mais barata, mas que com uma etiqueta de marca depois vai para as vitrines dos melhores Shopping Center?

Este assunto vem à tona sempre que vemos um grande investimento em algum lugar. Dizemos que Garanhuns não dá sulanca por conta do perfil da cidade. Qual é esse perfil? Se vestir caro e andar liso? Ora! Já viram os desfiles de moda por lá? Os mega-eventos? Sulanca é chique, benhê! E dá dinheiro! Prestem atenção nas pick-ups cabines-dupla nas praias, olhem as placas...

O deputado Édson Vieira, que tem base em Santa Cruz do Capibaribe, está buscando apoio do Ministério do Turismo para alavancar o polo de confecções na África, especialmente Angola, onde o voo Recife/Luanda dura apenas 6 horas, a língua é portuguesa e o mercado absorve uma confecção de qualidade e de custo barato.

Das 16.430 indústrias têxteis de Pernambuco, cerca de 12 mil estão instaladas no Pólo de Confecções do Agreste. Elas empregam 85 mil pessoas e produzem por ano 800 milhões de peças. Vejam que é um mercado fértil e que tem potencial para se expandir para outros municípios. Então, Por que não Garanhuns? Estamos geograficamente bem localizados em relação aos estados mais ao sul do interior do nordeste como Sergipe, Alagoas e Bahia, que podem passar por nossa cidade antes de irem para o Agreste Setentrional. E abrangemos por aqui mais de 40 municípios.

Antes que alguém nos diga que não dá, gostaria de ouvir um "pode ser"! Já é um passo importante. Aí entram secretarias de desenvolvimento econômico, SEBRAE, SENAI, Governo do Estado, e demais órgãos afins, para a elaboração de um projeto que viabilize primeiro a instalação de micro-fábricas familiares para a produção dessas peças e no segundo momento, a importação de fábricas que possam apostar nesse novo mercado aberto para o mundo sulanqueiro.

Quem sabe? O que você acha?
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