Ou foi Magalhães Pinto, ou foi Tancredo Neves, ou foi Ulisses Guimarães, ou foi Tonho Buchudo, mas o fato é que alguém disse que política é feito nuvens, cada vez que você olha estão em um novo formato. Lemos no JC deste sábado que Antonio Palocci sinaliza com o apoio do PT a Ciro Gomes em São Paulo para governador. Ora, se o próprio Palocci afirma isso, e ele é um dos pré-candidatos de lá, junto com a Loiríssima Marta Suplicy, dá pra sentir que a coisa caminha para essa candidatura do cearense, isso deixa Dilma livre para os acordos adesistas ao seu palanque federal. No mesmo jornal, Aécio Neves renova sua pré-candidatura, a esta altura da corrida, muita gente já apostava que ele sinalizaria aceitar a vice de Serra, e pior, começa a cobrar a enquete nacional. Como Serra pode ir para mais 4 anos em SP, trocar um palácio bandeirante pela aventura brasiliana pode não ser tão chamativo para quem vive de ponderar e se equilibrar num muro. Assim, se a candidatura de Dilma receber os apoios de gente que adora um governo e ela crescer nas pesquisas a ponto de colocar em risco sua soberania, e a influência de Lula se transferir para possibilidades de voto, o estandarte de Serra pode virar de Aécio. Este sabe que é jovem, e mesmo perdendo, fará seu nome nacional para no futuro ser presidente do Brasil. E mais, suas chances de ganhar são reais, devido aos altos índices de rejeição da ministra de Lula. Um partido pode fazer toda a diferença, o PMDB, que dividido como sempre, pode balançar para qualquer lado ou ainda lançar candidato próprio, como andam querendo algumas lideranças, para que force o segundo turno. Roberto Requião, Mangabeira Unger, Luis Henrique (governador de Santa Catarina) e outros líderes que não aceitam o apoio a Dilma começam a injetar no partido a possibilidade de voltar a liderar o movimento democrático brasileiro, e para isso, quer ouvir seus filiados. O PSDB também deve ouvir, mas como é um partido de personalidades, deve fechar tudo lá por cima mesmo. Lula está rodando o Brasil com Dilma, apresentando sua candidata, e ela está crescendo, à medida que o povão entende que ela é a continuação do presidente. É quase certo que Roussef já aceitou a proposta de guardar a cadeira de Lula por quatro anos para que ele volte em 2014, coisa que nenhum outro, com direito a reeleição, faria isso por ele, até mesmo Ciro. Por isso, para Lula, é melhor ele lá em São Paulo. O presidente com sua formação democrática, não aceitaria o terceiro mandato (embora deva ter pensado nisso), mas que ele vem, vem! em 2014! Com o povo gritando "volta Lula"!