Recebemos o seguinte comentário informativo do Genaldo Barros:
“A Rapadura é Nossa” é o título do filme que vai levar para o Brasil a questão da nossa rapadura ter sido patenteada por uma empresa alemã. A produção será executada no Engenho Gravatá, de propriedade do Senhor Déde Camelo, um dos últimos cultivadores da cana de açúcar com a finalidade de transformar em rapadura.
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Agora transcrevo um interessante artigo do site OVERMUNDO.
Com as bênçãos de Padim Ciço e Frei Damião, nordestinos de todo o mundo vão à luta. Lampião e seus guerreiros já foram convocados. Antônio Conselheiro já iniciou a marcha. O sertão cerra fileiras, pois eis que outro valor mais alto se alevanta. A rapadura. Sim, este doce subproduto da cana-de-açúcar, produzido no Brasil desde os tempos do Império, está no centro de uma polêmica internacional envolvendo o Brasil, a Alemanha e os Estados Unidos.
A questão não é recente. Tudo começou quando a empresa alemã Rapunzel Naturkost AG registrou a patente da marca rapadura nos Estados Unidos e na Alemanha. O registro consta nos órgãos oficiais na Alemanha desde 1989, e nos Estados Unidos desde 1996.
A descoberta do registro foi feita só em 2006. Na época, pedidos e notificações pela anulação da patente foram endereçados ao Itamaraty, ao Ministério Público Federal e às embaixadas da Alemanha e dos Estados Unidos no Brasil. Em vão. Por isso, produtores brasileiros só podem exportar o doce típico com essa marca para os dois países, se pagarem direitos de comercialização à Rapunzel.
Agora, a briga pelo resgate da rapadura volta à tona: a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) tomou as dores dos produtores nacionais e vai processar a Rapunzel nos tribunais da Alemanha e dos EUA. O objetivo da entidade é anular o registro da palavra rapadura no exterior alegando descumprimento do Tratado de Paris. O tratado não permite aos países signatários patentear algo que faça parte do patrimônio de um país.
“Ante a grave situação que arranha nossa soberania e os preceitos do direito, entendemos que a Ordem dos Advogados, no exercício de seu mister, deve atuar de forma mais contundente para elidir a conduta da empresa alemã”, sustenta a OAB. A entidade lembra ainda que a rapadura, doce tipicamente nordestino, “foi e é item de subsistência de milhares de famílias pobres do nordeste que o produzem de forma artesanal". Por isso, decidiu unir-se ao clamor nordestino: “A rapadura é nossa!”.
No youtube encontrei esse vídeo que trata de uma visita a um engenho e fala da fabricação de rapadura.
Visita, que fiz, a um engenho movido a boi, em que mostro o mecanismo, parte a parte, do fabrico da rapadura (tão apreciada pelo nordestino!).
Local: sertões de Piquet Carneiro-Ceará.
Data: 21 de julho de 2008. (osmarlfilho)