É uma situação constrangedora pela qual passa Marina Silva. Por outro ângulo, a situação é um tapa de luva no governo atual que desmereceu seu valor e nos sociais democratas do poder paulista que somente conseguiram o 2º turno graças a uma candidata que saiu de um estado longíquo quase esquecido pela força do capital e da grande mídia.
Marina obteve excelente votação nacional e hoje goza de um prestígio maior do que quando começou sua campanha, e até mesmo do que na época de ministra de Lula. Mas ela não foi ao segundo turno e fica agora uma indagação pertinente no ar. Pra onde vai Marina?
Neste exato momento todo tipo de acordos devem estar sido tentados por todos os lados buscando o posicionamento de Marina pra lá ou pra cá. O PV tem também seu cacife, mas não vale tanto se não for dito direto pela boca da acreana. Portanto, podem os dirigentes do partido até negociarem apoios e coisa e tal, mas todo mundo quer saber mesmo é para onde Marina vai. Pose ser Dilma, pode ser Serra, ou ela pode, por questões ideológicas pessoais subir na árvore, pois o muro geralmente é ocupado pelos tucanos.
Contra Serra tem toda uma história política que ela lutou contra toda a sua vida, vendo em Serra a representação do capital sudestino. Mas contra Dilma conta a falta de apoio e a forma como foi quase banida do governo Lula. Agora a coisa mudou. Pode ela confiar que seus propósitos que não foram ouvidos no governo Lula serão agora no governo Dilma. Ou será que Marina Silva estaria pronta para fazer uma travessia da esquerda militante para o centrismo neo-liberal do PSDB?
E mais outra questão. A sobrevivência política em futuros projetos passará por mais cedo ou mais tarde se alinhar novamente com essas forças, seja de um lado ou de outro, portanto será melhor decidir agora, para que possa começar a colher os frutos do seu capital eleitoral. Eleição daqui a dois anos somente para prefeito e vereador. Daqui a quatro tem senado, governador, deputados e presidente. Muitos acompanharão Marina, mas quem Marina acompanhará?