Um dos receios dos eleitores que votaram e até que não votaram em Dilma, mas justamente por isso, é que haja um rompimento entre ela e Lula assim que começar seu governo. Esse receio se justifica em olhar casos como o de Recife e principalmente, aqui em Garanhuns, quando ao acender das luzes, criador e criatura, já não dividem mais o mesmo governo.
Em Recife, a criatura João da Costa foi aos poucos se afastando de João Paulo, que deu vida à candidatura do João, no famoso "João é João", com direito a aniversário juntos e dividir até o mesmo bolo. Mas ninguém governa o governante, e João da Costa não foi aceitando as interferências do seu criador e aos poucos foi cortando o cordão umbilical, se desfazendo do grupo remanescente de JP e hoje nada mais os une, a não ser a sigla partidária, mas até aí mudaram bastante, João da Costa fez uma travessia silenciosa para o lado de Humberto Costa. Ao menos é o que se acredita.
Em Garanhuns, esse rompimento pós-eleitoral já fez escola. Bartolomeu elegeu Silvino, sob olhares desconfiados de seus pares, e não deu outra, casamento com separação antes das núpcias. Tão logo começou a administrar Garanhuns, Silvino rompeu com Bartolomeu, negando-lhe a ingerência que este queria em seu governo. Aliás, aquele rompimento nunca ficou deverasmente explicado. Mas Silvino, anos depois, bebeu do mesmo cálice.
Veio Luís Carlos e resgatou a tradição de rompimento em Garanhuns, acho que assumiu em janeiro e Silvino não subiu mais os degraus do Palácio Celso Galvão no carnaval. Também não houve uma explicação pública. Alguém chegar e dizer, Luís Carlos e Silvino romperam por isso, por isso e por isso.
Fica sempre uma impressão em todos os rompimentos de que o anterior queria "mandar" no novo governo, queria também sua fatia do bolo, e que os novos eleitos, não fizeram valer os acordos feitos em período pré-eleitoral. Repito, é uma impressão que fica da falta de explicações convincentes.
Portanto, vacinados com esses casos, muitos garanhuenses não acreditam que Dilma Roussef vá ser fiel ao seu criador até o resto da sua vida, ao menos, do seu mandato.
Mas vejo aqui algo diferente. Trata-se de Lula, ele é diferente. Por mais que não tenha o poder e sua interferência seja menor, Lula não pode ser descatado por Dilma. Ele é necessário. Dilma é que precisa dele por perto, não tanto fisicamente, mas da segurança que sua imagem passa para brasileiros e para o exterior, romper será perder a base de sustentação da credibilidade.
E Lula não parece ser o cara de cobrar dividendos ou exigir cargos e pensões. Ele próprio já avisou que o próximo governo terá a cara da Dilma. Não imagino que ele seja um santo também, mas que ele é diferente deste outros casos de rompimentos que causaram o receio da nossa população, isto é!
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Esta foto foi tirada na festa em comemoração a eleição de Dilma, em Brasília, nesta noite de domingo. Esperamos que este carinho perdure por anos, pois o povo acredita que Dilma é a continuação das obras e do carinho especial que Lula tem pelo povo brasileiro.
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