O governador Eduardo Campos respira política e está atento a todos os cenários que se desenham, nos mais variados campos de atuação, seja no campo municipal, estadual ou federal. Afinal, ele é eduardo CAMPOS.
No campo federal vê-se claramente sua movimentação para gerar um bloco partidário forte o suficiente que possa confrontar hegemonias, sejam elas do PT, PMDB ou PSDB.
No campo municipal, Eduardo deve intervir decididamente em algumas cidades-chave na aleição de 2012. Aliás, Garanhuns é uma delas, mas esta participação só deve vir no próximo ano, quando o cenário estiver melhor definido.
Na esfera estadual o governador tem três grandes opções, e não deve também definir-se previamente, deixando que cada um faça seu trabalho de inclusão de seu nome na agenda política do estado. São eles, Humberto Costa, Armando Monteiro e Fernando Bezerra Coelho. Cada um tem suas qualidades e defeitos na corrida eleitoral.
Humberto conseguiu sua primeira vitória majoritária, foi ao senado, e muita gente não considera. Perdeu para prefeito e governador, duas vezes. É hoje a principal opção do PT para Pernambuco, já que João Paulo não conseguiu o espaço dentro do partido. Humberto é o nome se de fato o PT quiser governar Pernambuco. Existe uma predisposição para que o PT possa ganhar a próxima campanha.
Armando Monteiro já vem pensando neste projeto há alguns anos, desde o rompimento com Jarbas, quando não sentiu espaço para crescimento de uma nova proposta administrativa para Pernambuco. Criou um novo bloco e com ele novas possibilidades. Aparelhou-se no interior do estado e saiu da última eleição como o senador mais votado, desbancando os favoritos Humberto Costa e Marco Maciel. Tem contra si o fato do seu partido ser de oposição ao governo federal. Tem a força do empresariado e do sistema S (Senai, SESC, SESI, SENAC) para fazê-lo governador. É de família usineira e abastada, mas aliada a projetos trabalhistas.
A terceira opção é caseira, Eduardo Campos poderá contar com Fernando Bezerra Coelho, Ministro do Governo Dilma com as bênçãos do governador. Se Eduardo quiser manter a hegemonia do PSB em Pernambuco, a sigla é FBC. E porque isso pode acontecer? Por vários motivos. Eduardo se tornou um líder global, e que imagina manter uma participação ativa em um novo governo. Porém, é fato provado que o PT não sabe ser coadjuvante em administrações, portanto, se o PT governar Pernambuco, a figura política de Eduardo Campos diminui. O PT adora a cabeça das composições políticas.
Contra FBC conta o fato de ainda não ter disputado uma campanha majoritária estadual, portantro seu nome ainda não foi colocado à prova.
Quanto a Armando Monteiro, ainda não estaria claro qual seria a participação política do PSB de Eduardo Campos em um governo trabalhista, quem daria as cartas.
Assim, pra ficar em casa, cresceria a candidatura de FBC, que já sofreu o trauma de ser escanteado na última eleição majoritária em Pernambuco.
Eduardo, que não é bobo, deixa o jogo correr. Deixa acontecer grandes momentos de Humberto. Depois faz eventos ao lado de Armando (como neste final de semana) e dá asas a imaginação de FBC. Todos eles colocam água diariamente na plantinha de 2014.
Eduardo espera o penalty que o árbitro apita aos 48 do segundo tempo, quando o jogo já está 3 a zero. Agora, vai fazendo somente o jogo de bastidores, mexendo no time para que seus atacantes possam ter melhor aproveitamento. O artilheiro será o candidato à sua sucessão.
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Perguntinha: Quem seria o candidato da oposição contra esse bloco?