Alceu Valença tem uma característica que se transforma em qualidade. Falar o que pensa, e como está sempre buscando acertar, suas entrevistas tendem a ter sempre identidade, diferente de muitos artistas que só falam o feijão com arroz.
Desta vez, incitado pelo repórter Gilson Santos sobre a programação das emissoras de rádio, Alceu se mostrou indignado. Segundo ele, as rádios, a grande maioria, pertencem a conglomerados, empresas que têm também as bandas e tudo mais na música, e aí, eles só tocam o que querem, e lógico, as bandas deles.
Hoje está muito difícil tocar nas rádios por conta disso, e é bom lembrar que as rádios são concessões públicas que devem primar pela cultura e qualidade de suas programações. Alceu mostrou preocupação quanto às revelações na música nacional. Antigamente era mais fácil tocar e por isso apareciam bons nomes, hoje a galera não aparece porque ninguém conhece seus trabalhos, as rádios só tocam porcaria.
Concordo com Alceu, integralmente. Somente no Festival de Inverno estamos recebendo nomes de indiscutível qualidade como Mariana Aydar, Bebel Gilberto, Tulipa Ruiz, entre outros, que as pessoas não sabem quem são, e muito menos o que cantam.
No interior do país esse problema tem sido agravado, não apenas pelas rádios comerciais, mas até as rádios educativas e/ou comunitárias, em muitos casos, estão fugindo do sentido de suas concessões.
No interior do país esse problema tem sido agravado, não apenas pelas rádios comerciais, mas até as rádios educativas e/ou comunitárias, em muitos casos, estão fugindo do sentido de suas concessões.
O conglomerado que Alceu se refere é o mundo da comercialização de bandas e shows, e praticamente as rádios populares estão transformadas em máquinas de lavagem cerebral. Oura parte está nas mãos de evangélicos, também desviadas do propósito da concessão pública, atendendo a setores restritos da população. Não tem caráter social amplo e comunitário tantas igrejas e mais igrejas se apoderarem dos meios de comunicação, também as TVs, com o único objetivo de aumentar o rebanho e a arrecadação.
Alceu também apoiou o secretário paraibano Chico César na luta para não contratar bandas de forró com dinheiro público do estado. E agora, parece que acertou novamente o foco!
Depois da entrevista, Alceu subiu ao palco e apresentou o show "Vivo", recriação do repertório do histórico disco que praticamente o lançou. ´
Rádios de Garanhuns, vamos tocar as músicas dos nossos artistas, não apenas em programas especiais, mas na programação, misturadas às demais músicas do roteiro.
Pra fazer justiça, vou citar um cara aqui em Garanhuns que tem esta preocupação: Jonas Lira.
Pra fazer justiça, vou citar um cara aqui em Garanhuns que tem esta preocupação: Jonas Lira.