De repente, vejo uma mensagem no e-mail vindo do facebook, assinada pelo Rocir Santiago - Estou vivíssimo, num acompanhei esta caravana não!
A brincadeira do Rocir, pra quem conhece sua irreverência, refere-se às recentes perdas de companheiros da nossa imprensa, como Rossini, Almy Alves e prof. Zé Rodrigues. Somando-se às perdas dr. Ivaldo Dourado e Pedro Cardoso. Certamente alguém o confundiu com o Rossini, por conta dos nomes.
Mas este: Ei, estou aqui! de Rocir me fez sentir saudade não apenas do seu trabalho, mas da sua presença. E aí, depois fui percebendo quantas pessoas foram deixando o convívio da cidade. Os falecidos recentes, todos eles eram pessoas de profunda participação na vida social de Garanhuns.
Mas muitos amigos ainda estão bem vivinhos como o Rocir, mas não estão entre nós. É o caso do Sandro Gama e do Marcílio Maia, que tem movimentado as redes sociais divulgando de forma criativa o Festival de Inverno, é outro exemplo.
São dezenas de exemplos de pessoas que viviam intensamente a cidade, os eventos, bares, qualquer coisa, culturalmente e economicamente falando. Davam impulso ao cotidiano. Faziam Garanhuns acontecer. Fazendo eles parte da administração pública ou não.
Somos de uma época que conhecíamos a cidade por inteiro, de Washington dos gibis, a Dona Necina com seu suco de côco na garrafinha de coca, ou o cachorrão que dormia o dia inteiro sobre o armário.
Viver Garanhuns é uma prova de amor à cidade. É saber que o auge do Arte Livre era formado por Jonas, Maurilinho, Lula e Mogeu. Saber quem foram Ronaldo White, Sílvia Galvão, Waldir Mansur, Luiz Tenório, Mala Véia, Armando Rocha, etc.
Viver a cidade, quero dizer, participar, contribuir, estar presente.
Meu amigo Rocir está sim meio afastado, e além de ser um grande profissional, é um cara íntegro, inteligente e com potencial pra mexer muito ainda com Garanhuns.