Em texto publicado no facebook, a produtora cultural Lílian Ferreira, faz uma convocação à produção cultural garanhuense e critica algumas pessoas que têm o discurso mas não participam das ações realizadas no município. É claro que assino embaixo.
Antes de reproduzir o texto da Lílian, gostaria de registrar meu entusiasmo com duas apresentações que vi recentemente, que demonstraram ter um público sensacional. Na semana passada em um evento muito bem produzido, o escritor Mário Rodrigues lançou seu novo livro "A Curva Secreta da Linha Reta". Aconteceu no SESC, e estava lotado, com pessoas em pé, assistindo a uma suave conversa entre o autor e o poeta Helder Erick. Fiquei deslumbrado com o público maravilhoso da literatura. Algumas figurinhas carimbadas que defendem nossa cultura deveriam estar presentes, não estavam. Tinha um público jovem, latente, e como disse Lílian em seu texto, algumas pessoas que fazem e vivem intensamente o movimento cultural em Garanhuns.
Na noite desta quinta-feira, dia 18, a Banda Marcial do Colégio Diocesano se apresentou de gala no Centro Cultural, uma noite impressionante. Como uma orquestra, brindou-nos com clássicos da música brasileira e até internacional como My Way, do Sinatra.
Alguns dos dobrados inesquecíveis e que nos remete aos desfiles de antigamentes quando as bandas não tocavam "Minha mulher não deixa não".
A noite ainda foi emocionante porque marcou a despedida temporária do maestro Jasiel Leite, que foi agraciado com uma bolsa de estudos de música em Coimbra, Portugal, e lá passará dois anos.
Não adianta ficar cobrando aqui na internet se não for para viver a vida real quando ela nos oferece o que cobramos. Perdoem-me a qualidade das fotos, tirei do celular e não havia muita luz, mas eu não queria deixar de registrar. Talvez depois eu traga melhores imagens pra vocês pois havia muita gente fotografando, inclusive meu amigo Eugênio Sobrinho.
Vamos à convocação da Lílian.
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Sou capaz de contar a dedo as pessoas que, de fato frequentam as ações culturais promovidas na cidade. O discurso é lindo, mas a prática ainda é muito ineficaz.
Garanhuns é uma das cidades mais lindas do interior do Estado. Temos um potencial enorme. Não é por que o Centro Cultural tá despencando que eu vou deixar de fazer teatro, que é algo que amo. se não dá pra fazer dentro, faço fora, e daí? Mas faço!!!!
Precisamos multiplicar esse número e não utilizar como base a efervecência do Festival de Inverno, que ocorre em 10 dias, enquanto o ano tem 360 dias!!! Precisamos promover mais "realizações culturais" de impacto na comunidade, e não simplesmente pensarmos em produzir eventos de massa, por que isso já é uma coisa muito comum, e por favor não me interpretem mal, por que aqui eu não estou desmerecendo, em hipótese alguma, o trabalho daqueles que "vivem" disso, por que trabalho honesto, ainda é algo digno neste planeta.
Cultura e educação precisam andar juntas, pois é isso que defendo nos meus 15 aninhos de discurso. Ainda não cansei, nem fiquei rouca, mesmo com os equívocos cometidos a mim pelo poder público local, em outras épocas. Quando a cultura vira produto e deixa de ser processo, aí sim, é a hora do turismo entrar e colaborar com essa difusão.
Vamos minha gente, produzir!!!. Descruzar os braços e sair da zona de conforto é urgente. Água mole em pedra dura tanto bate até que fura!.
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