terça-feira, 14 de agosto de 2012

Precisamos recuperar a auto-estima da população de Garanhuns

Garanhuns vive um momento instável do ponto de vista emocional, parece coisa de psicólogo, mas é verdade, uma baixa estima, um sentimento de estarmos sendo ultrapassados por municípios de menor porte, uma avaliação de que o estado tem nos deixado sem os investimentos que estão alavancando a economia de Pernambuco, e o município, com a administração sendo rejeitada pelos segmentos sociais, não conseguindo fazer com que a população veja avanços nos últimos anos. 

As redes sociais estão sendo instrumentos para mostrar essa atual situação. São espelhos. No facebook e nos blogs, principalmente, as críticas são constantes, e as pessoas deixaram de ver as coisas boas que estão acontecendo, sendo tudo motivo para mostrar a insatisfação.

Em absolutamente tudo.

Estamos em um momento delicado, e por isto precisamos enaltecer as coisas boas que estão acontecendo em nossa cidade. Nos esportes, com o atletismo, judô, karatê e futsal estamos conquistado o Brasil, ou seja, estamos indo além do estado.

Criticar o que for pra criticar, mas elogiar o que for para elogiar. Vemos muita gente que chega aqui e acha tudo maravilhoso, o que a cidade tem a oferecer, restaurantes, cinema, praças, parques, cena cultural, polos médico e de educação superior, etc.

O passeio pela Av. Rui Barbosa é esplendoroso.

Esta baixa-estima acaba contagiando, as pessoas ao redor começam também a ver as coisas sempre por um lado pessimista. E ela se aprofunda, daqui a pouco tá todo mundo só vendo coisa ruim.

É claro que temos problemas, e são muitos, mas não temos somente problemas.

Com qual cidade da região vamos comparar Garanhuns? E do estado? Caruaru e Petrolina também estão em crises político-administrativas. A capital, então, nem se fala. No Agreste Meridional, por mais que elogiemos algumas conquistas de cidades, é importante ver que Garanhuns continua polo, com serviços a oferecer, e não é menosprezando a região, muito pelo contrário, é enaltecendo, pois estas cidades precisam também crescer e se desenvolver, precisam de empregos, e muitos deles serão ocupados por nossa gente, e vice-versa. O desenvolvimento precisa ser regionalizado.

Os polos médico e educacional estão em franca expansão.

Enalteçamos Brejão pelas indústrias que se instalarão, Bom Conselho pela Perdigão, São Bento pela produção de aves e ovos, etc. Queremos ser polo de uma região pobre? Não, queremos que todas as cidades consigam investimentos, e eles naturalmente devem passar por Garanhuns.

São João, Canhotinho, Correntes e Bom Conselho têm bons eventos, e nós temos o FIG e o Jazz, não é uma substituição do carnaval, é outro investimento. Uma alternativa que deu certo. E ainda mais, temos um Festival Multicultural de dez dias sem comparação com qualquer um outro na América Latina. Que tem a cara da cidade.

Somente no último festival, vimos artistas que não viriam para Garanhuns se não fosse o evento, enquanto que a maioria das cidades da região tem investido em programações populares com bandas de forró. Mas atualmente nossa gente só compara Garanhuns com outros municipios nas coisas que estamos levando desvantagem. 

Garanhuns está com síndrome de coitadinho. Precisamos levantar o queixo. Ser bairrista mesmo! Vamos cobrar que os investimentos anunciados continuem saindo do papel para termos uma cidade mais próxima daquela que queremos. Mas sem deixar de ver a grandeza do nosso município.

Precisamos criar um calendário cultural, e ter mais eventos de qualidade. Mas não podemos esquecer os magníficos eventos que temos.

Tivemos avanços nos últimos meses, e outros investimentos que estão sendo feitos prometem melhorar a cara da cidade. Foi inaugurado o Expresso Cidadão, a UTI do Dom Moura, o IFPE, etc. A UPAE e o centro de Convenções do SESC são de grande porte e cada um na sua área, são investimentos de grande alcance social para a região.

Precisamos aprender a nos desligar de administração pública, e cada um fazer sua parte também. Precisamos recuperar a auto-estima e colocar esta cidade nos eixos.

Talvez este seja um dos principais desafios da futura administração, motivar a cidade e desatrelar os olhares apenas para a prefeitura.

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publicado originalmente em 12/02/12.

RÁDIO MÚSICA BRASIL MPB

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