Arte: MarceloJorge.com |
Um homem brinca com um revólver cujo tambor tem uma única bala. Chama-se roleta russa. Aponta para a cabeça e dispara. Tem uma possibilidade em seis de acertar e fatalmente morrer. O revólver na cabeça, claro, denota caso tradicional de suicídio. Assumiu um risco, sabendo do perigo. Este mesmo homem, em vez de apontar para sua cabeça, dispara contra outra pessoa. Homicídio, sem nenhuma dúvida.
Um outro homem pega sua motocicleta, ingere bebida alcoólica e sai por aí, em alta velocidade. Causa um acidente, ou mesmo se acidenta.
Podemos fazer esta relação, entre a arma e a motocicleta, ou um automóvel? Não querendo comparar o veículo com a arma, mas com a conduta da pessoa, que transforma um objeto em algo que pode lhe tirar a própria vida ou de outrem.
Será que esta pessoa que pilota um veículo, em estado de embriaguez, também não assumiu o risco? Será que não seria um caso de suicídio alguém que dirige em alta velocidade.
Quando a gente vê na TV que alguém atropelou uma pessoa, e depois foi comprovado que o motorista estava bêbado, não dá a impressão de assassinato? A justiça já trata assim, até entendendo o dolo, e não apenas mais a culpa. A pessoa poderia ter evitado, mas mesmo assim assumiu o risco de sua irresponsabilidade.
Então, creio que contra si mesmo também pode ser pensada nesta situação, deixar de tratar por acidente para entender como suicídio.
Os casos estão sendo tratados pelas autoridades como epidemia, pela grande quantidade de entradas nos hospitais, custando muito dinheiro e, pior, vidas de jovens que não conseguem entender o risco que correm.
Nem sempre é acidente, dirigir embriagado é suicídio mesmo. E isto pode até ter consequência nos campos penal e cível.