Quando foi anunciado o curso de medicina em Garanhuns, todo mundo quis ser o pai. O filho bonito repercutiu bem, um curso de medicina no interior é um feito político de grandes proporções. Porém, passada a apoteose do anúncio e abertura do curso com a presença da presidente Dilma Roussef e o governador Eduardo Campos, esqueceram que precisavam cuidar do filho colocado no mundo. E foram embora deixando os alunos à própria sorte. O filho bonito perdeu pai e mãe, e portanto, parece que ficou órfão.
Um ano depois, o menino com fome, sede e desprovido de carinho, aprendeu a berrar para lembrar aos pais que precisa se alimentar, vestir, e ter uma casa digna para morar e desenvolver suas habilidades. Uma metáfora que cabe bem aos 40 estudantes que estão na formação de medicina.
Assim, os estudantes foram aos meios de comunicação, tomaram conta das redes sociais, tiveram uma reunião aberta na Câmara de Vereadores e têm marcada para a manhã desta quinta-feira uma audiência com o Ministério Público.
O governo sinalizou para a contratação de professores efetivos, mas diante da pauta de reivindicação dos estudantes, parece que isto ainda é pouco, e os futuros médicos querem logo resolver todos os entraves que estão prejudicando suas formações disciplinares, tanto na questão do ensino quanto na infra-estrutura deficitária ou inexistente no prédio e em órgãos necessários para o curso.
É bom que os pais, tão orgulhosos que ficaram dos filhos, possam continuar contribuindo para o desenvolvimento desta criança que nasceu tão bela em nossa cidade!
O menino talvez ainda não tenha sido batizado, mas seu nome já consta com dezenas de sobrenomes, terminando com Oliveira Ferro!