Se eu pedisse quatro ou cinco nomes do PT em Pernambuco, talvez o nobre leitor não me dissesse João da Costa. Lembraria a princípio do senador Humberto Costa, dos deputados João Paulo, Fernando Ferro e Maurício Rands, e depois, ao insistir na pergunta, poderia vir o nome do prefeito do Recife.
Pois bem, exceto Ferro, que a princípio defendeu o prefeito da capital, o restante dos caciques se uniram para desbancar João da Costa como o candidato do partido. Provavelmente a candidatura de Maurício Rands deve ter nascido até dentro do Palácio do Campo das Princesas, abençoada por Eduardo Campos, que havia desistido de lançar FBC.
A verdade é que mesmo liderando a corrida sucessória, João da Costa carrega dois números assombrosos para qualquer candidato. A rejeição altíssima e a desaprovação de seu governo. Números intimamente ligados.
Porém, João da Costa tem a máquina na mão e a maioria das correntes internas do partido, assim, mesmo as principais lideranças estando do outro lado, João da Costa deve vencer a prévia deste domingo no PT e concorrer à reeleição.
Era tudo que ele queria, teve algumas semanas com mídia gratuita praticamente exclusiva devido ao embate partidário. Acabou melhorando sua imagem e a avaliação pública.
Do outro lado, saem todos chamuscados. Maurício Rands que não conseguiu emplacar seu projeto. E Humberto e João Paulo, principalmente, que mesmo com toda influência, não determinaram os caminhos do partido. Descobrem não serem donos, apenas líderes.
De um debate que deveria ser interno no PT, levaram para a vitrine, e parece que uns saem vencedores, mas a maioria perde junto ao eleitorado. Muito dificilmente o resultado deste domingo dará Maurício Rands. O PT esqueceu que quem escolhe o candidato são os diretorianos, mas quem escolhe o prefeito é a população.
Resta saber se saberá catar os cacos e ainda se unirem para outubro. João Paulo já disse que não. O partido racha.