domingo, 3 de junho de 2012

Márcio Thomas Bastos: Entre a incoerência e a falta de ética


Sinceramente acho um absurdo um ex-ministro da justiça assumir a defesa do Carlinhos Cachoeira, e por vários motivos.

Elenquemos.

Imaginamos que a posição de um Ministro da Justiça deva exigir alguns atributos, e entre eles colocar a defesa do Brasil acima de interesses pessoas ou de grupos, é basilar. É uma questão de direito e de justiça constitucional, literalmente. Entretanto, o Dr. Márcio não é mais ministro, todavia, deveria agir como se ainda o fosse. Creio.

Um ex-Presidente da República não pode esculhambar a nação depois que deixa o cargo, é inerente ao novo momento, como se ocupasse um novo cargo imaginário. Assim, como qualquer ministro tem o dever de se manter responsável por seus atos.

Um ex-Ministro da Economia não deve ocupar cargos em bancos privados para ensinar como usurpar as riquezas do Brasil. É por aí. Deve sim utilizar seu conhecimento e experiência em um dos mais altos cargos a bem do novo emprego, honrando sua passagem pela Esplanada dos Ministérios.

Neste caso de Dr. Márcio Thomas, existem diversos agravantes, agora ele defende um senhor acusado de utilizar políticos e instituições públicas, formando uma verdadeira quadrilha de desvio do dinheiro público, investindo na corrupção de membros do poder legislativo e executivo. Senadores, deputados e até um governador estão sendo acusados como beneficiários dos favores do bicheiro goiano.

E quem os defende? Um ex-ministro da justiça! Um absurdo.

E para complicar ainda mais, o maior de todos os agravantes. Há, possivelmente, indícios de que toda a operação de investigação tenha se iniciado na época em que ainda era ministro, portanto, teoricamente, estava do outro lado da ação, defendendo o Brasil contra os desmandos desta quadrilha. Quem sabe até poderia ter informações privilegiadas!

Assim, acho de uma total incoerência com o país, Dr. Márcio Thomas Bastos ter aceitado esses R$ 15 milhões para defender a bandidagem, pois o Brasil tinha um outro olhar sobre este senhor.

Fica claro que este contrato não se dá pela qualidade do advogado, embora não discutamos aqui sua competência, como um dos mais respeitados do país, mas sim pelo conhecimento que este tem dos corredores do poder e das instâncias em Brasília, que possam livrar esta gente da cadeia e de perder os milhões de reais que usurparam do país, que um dia Márcio Bastos prometeu defender.
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assino: Ronaldo Cesar Carvalho

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