A ex-diretora do Hospital Dom Moura, Emília Pessoa, que foi presa com outros três funcionários do hospital (depois outra pessoa também foi detida) afirmou que vai provar sua inocência. Depois de mostrar que havia conseguido uma autorização da juíza Polyanna Cotrim para fazer tratamento de saúde na capital, após um início de infarto, Emília negou que estivesse foragida da justiça, através de seu advogado. Deve responder em liberdade ao processo em que está sendo acusada.
Socialista histórica, Emília e seu esposo, Marlos Duarte, são referências no apoio a Miguel Arraes e, consequentemente, Eduardo Campos, na região. Têm ligações políticas com Ivan Rodrigues e Zé da Luz, e explica-se no campo administrativo, pela experiência em gestão, o nome de Emília à frente da HRDM nos últimos cinco anos.
Neste período, participou de avanços no hospital, como a instalação da UTI, mas nunca foi uma unanimidade. Sempre trabalhou com uma oposição feita por funcionários que usaram os meios de comunicação para denunciar as negligências administrativas e até o esquema fraudulento, muito antes da polícia começar a investigar. Emília deveria ter dado ouvidos, mas preferiu acreditar que era intriga da oposição.
Parece que a ex-diretora privilegiou a política e a administração em detrimento da parte financeira, que delegou a pessoas de confiança. Não afastando sua responsabilidade como gestora responsável, parece que Emilia se sente uma das enganadas pelo esquema montado e descoberto pela polícia e Ministério Público, com o desvio de cheques que seriam para pagamento a fornecedores e foram depositados na conta de um dos participantes do grupo.
A vitrine negativa voltou com alguns médicos e o Cremepe colocando mais fogo na administração hospitalar. Reclamam de infra-estrutura e falta de pessoal. A atual diretora, Karla Freitas, divulgou nota respondendo e explicando determinadas situações, e esta Intervenção Ética do Cremepe, além de confusa, não ficando claro no que se pretende na prática, pode comprometer ainda mais os serviços oferecidos pelo Hospital Dom Moura, que tem uma média de mais de 500 atendimentos por dia.