quarta-feira, 3 de julho de 2013

FIG 2013 faz justa homenagem a Janete Costa

Ela foi arquiteta, decoradora e uma garimpeira incansável da arte popular. Autêntica, pioneira, viajou por todo o Brasil para colocar mais vida na casa dos brasileiros. Uma vida que nasce da imaginação e se materializa através das mãos de tantos mestres e mestras a quem devemos o olhar desapressado, generoso. 

Janete Costa nos ensinou isso. Nos mostrou que concreto e barro podem ocupar o mesmo espaço. Que Vitalinos devem estar em grandes coleções de arte. Em outras palavras, que a criatividade plástica do povo tem muito valor, porque grita, fala e chora sobre nós; sobre quem somos e quem podemos ser quando o olho vê com o coração ou com o corpo inteiro.

São inúmeros os adjetivos que cabem na trajetória de Janete Costa. Um deles, sem dúvida, dá ainda mais sentido à homenagem do 23º FIG à pernambucana: o de ter sido filha de Garanhuns. “Em Janete, ser brasileira – e, mais ainda, pernambucana – não foi mero adjetivo. O local de nascimento foi decisivo como norte de sua atuação, balizador. Ela teve um empenho visionário na questão de que a arte, o design e a arquitetura em nosso país precisam expressar as identidades culturais locais”, escreveu a pesquisadora em design Adelia Borges, um dia depois da morte da amiga e parceira de trabalho, em 2008. 

Nascida na Cidade das Flores, em 1932, Janete Costa conviveu desde muito cedo com os artistas populares da região, antes mesmo de sonhar com plantas arquitetônicas e projetos. Ainda menina, costumava brincar com brinquedos populares comprados na Feira de Caruaru, e já arrumava suas peças em coleções. Depois foi cursar arquitetura no Rio de Janeiro, onde iniciou sua vida profissional. Quando retornou a Pernambuco, escolheu Olinda como morada e montou um escritório no Recife, ao lado do arquiteto Acácio Borsoi, marido e parceiro durante mais de 40 anos.

Sua atuação também envolveu projetos com artistas populares, montagens de exposições e o acúmulo, durante toda a vida, de uma coleção pessoal composta por peças de valor inestimável. Algumas delas podem ser vistas na mostra que o Sesc Garanhuns abriga em pleno Festival de Inverno de Garanhuns, como parte desta mais do que merecida homenagem.

ASCOM Garanhuns

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