O senador Humberto Costa (PT-PE) subiu nesta terça-feira (16), à noite, na Tribuna do Senado para falar sobre a Reforma Política. Segundo o senador, o tema ganhou força com as manifestações de rua que aconteceram em todo o País e é fundamental para o aperfeiçoamento da democracia. “Agora é a hora de nós resolvermos os grandes problemas. E é por isso que nós temos de trazer o debate da política para o Congresso Nacional”, disse o senador.
Um dos temas mais importantes da Reforma Política, segundo o senador, é o do financiamento de campanha. O petista questionou o atual modelo do sistema eleitoral, em que grandes empresas podem doar para candidatos, favorecendo a troca de favores e a corrupção. “Não adianta fazer discussão de perfumaria, se deve ou não manter coligação proporcional, se deve ou não manter um ou dois suplentes para os senadores, se deve enfim tomar tal ou qual decisão, sem que se debata o financiamento das campanhas eleitorais”, defendeu Humberto.
O petista defende a proposta do Movimento contra a Corrupção (formado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e outras entidades civis organizadas) de um financiamento misto de campanhas eleitorais. Pelo modelo proposto, além do financiamento público, apenas de pessoas físicas poderiam fazer doações, obedecendo a um teto de recursos. Com isso, haveria redução de custos e maior transparência.
Humberto criticou ainda a recusa do Congresso Nacional de atender a proposta da presidente Dilma Roussef de fazer um plebiscito sobre a Reforma Política. “O que nós temos visto até agora é um conjunto de iniciativas pra debater a Reforma , que tem produzido as coisas mais diferentes, algumas delas até estapafúrdias. Hoje, tive a oportunidade de ver nos jornais que uma comissão da Câmara teve o brilhantismo de propor que aqueles que tivessem tido suas contas eleitorais reprovadas pudessem participar do processo eleitoral naturalmente. Entendo que essa ação vai exatamente contra o que todo mundo está querendo”, disparou.
Outras ações da Reforma Política também merecem destaque. Humberto defendeu o fim do voto secreto no Parlamento e a reformulação do sistema eleitoral. O petista também apóia a proposta do Movimento Contra a Corrupção de um sistema misto com voto na legenda, com direito de escolher um candidato em eleição de dois turnos.
Para Humberto, a Reforma Política é uma resposta importante às vozes das ruas. “Naturalmente que não houve nas manifestações de rua faixas que pediam a reforma política ou discursos que pedissem a reforma política nessa forma em que ela se coloca ou se apresenta. No entanto, ela esteve presente ali o tempo inteiro quando a população exigia mais direito de participação, maior poder nas decisões do governo, das instituições, quando dizia não à corrupção, quando cobrava o fim de privilégios”, avaliou o senador.