Para muita gente uma surpresa, mas não foi. Teresa Leitão, deputada e militante histórica do PT, venceu o PED estadual, mas a disputa vai ao segundo turno. A diferença para o segundo colocado, o advogado Bruno Ribeiro foi de apenas 58 votos, insuficientes para garantir a vitória já agora. O professor Edmilson Menezes teve 305. Teresa contou com 9.964 votos e Bruno com 9.906. A segunda peleja acontece dia 24.
Bruno Ribeiro, apoiado pelo senador Humberto Costa e pela maior corrente interna do PT, a CNB, aparecia como favorito, pelo apoios de lideranças como o senador e o ex-prefeito de Recife, João Paulo. No entanto, os rachas internos do PT, desde a campanha pífia para a prefeitura da capital, levaram nomes como a própria Teresa, Fernando Ferro, João da Costa e Oscar Barreto a buscarem uma alternativa que descentralizasse o poder, principalmente das decisões do senador Humberto Costa. Assim, a campanha ao PED provocaram um debate pela redemocratização interna e o retorno às bases. Deu certo. Bruno Ribeiro venceu no interior, onde Humberto tem mais influência nos diretórios municipais, mas Teresa tirou a diferença e virou o jogo na região metropolitana, principalmente no Recife.
Agora vem uma nova rodada de votos, e pode ser que isto motive ainda mais os filiados, que já foram em número de 20 mil neste primeiro turno.
Os dois lados falam em diálogo e democracia. De fato, o processo eleitoral foi mais tranquilo e isto mostra que o PT pode se reconstruir a partir de um processo democrático interno a partir da nova gestão. Inclusive os dois lados já deram declarações de buscar a unidade possível dentro do partido e chegaram, tanto João Paulo e Humberto, por um lado, quanto Teresa, João da Costa e Ferro, de outro, a defender a candidatura própria para governador.
Até o senador Armando Monteiro já trabalha com a hipótese de dois palanques para Dilma em Pernambuco, como estamos afirmando há mais de quinze dias.
Se o PT estadual de fato quer buscar a união, poderia conciliar com Teresa na presidência e Bruno na vice, em busca de reaproximações e fechamento de feridas. Podem ser de alas diversas, mas o partido é o mesmo.Pois mesmo havendo segundo turno, é claro que o grupo da CNB sai enfraquecido do processo eleitoral interno.