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Faleceu na noite da última segunda-feira (31) o advogado aposentado Clávio Valença. Natural de São Bento do Una, Clávio também era escritor e compositor de frevos, entusiasta da vida cultural pernambucana.
Após passar 40 dias internado, a espera de um transplante de rins, ele foi acometido por um aneurisma femural, que agravou seu estado de saúde. O corpo dele está sendo velado no Cemitério Morada da Paz, em Paulista. O escritor deixa esposa e dois filhos, Gabriela e Clávio Filho.
(NOTA DO BLOG: Gabriela foi Secretária de Turismo e Cultura de Garanhuns, e Clavinho, advogado, é outra figura muito conhecida no município. Gabriela é professora da AESGA, assim como seu esposo, Rogério Paiva. A família Valença é uma mais tradicionais do interior do estado. O enterro aconteceu nesta tarde em São Bento do Una, atendendo o desejo do próprio Clávio Valença).
Além da necessidade de transplantar os rins, Clávio foi diagnosticado com aneurisma. Como ele tinha problemas cardíacos, a situação de saúde se agravou, levando-no a falecer por falência múltipla dos órgãos.
Clávio escrevia contos e era articulista do Jornal do Commercio. Em seu último artigo, que foi publicado no sábado (29), ele comentou o que viveu durante os dias de internação. Um de seus livros é Interiorano, que reúne 13 contos. Outro título assinado por Valença é um songbook com 50 canções de frevo. À época do lançamento, o autor diz que se impressionou com o trabalho produzido. “Quando cuidei da vida havia umas 80 páginas”, relembra Clávio.
Uma ligação forte de Clávio com o frevo é o parentesco com o cantor e compositor Alceu Valença. O escritor era primo de Alceu. Ambos são da tradicional família Valença, nascidos em São Bento do Una, no Agreste pernambucano. Outro familiar ilustre do escritor é o irmão, o engenheiro Alfeu Valença, que presidiu a Petrobras entre abril e agosto de 1991.
SAIBA MAIS..
Depoimentos de amigos e médicos que acompanharam Clávio nos últimos anos de sua vida enaltecem sua grandeza de espírito. O advogado Humberto Vieira de Melo, amigo do escritor há 31 anos, encontrou com Clávio pela última vez em 12 de fevereiro, em um bloco carnavalesco. "Clávio era um grande amigo, a pessoa mais inteligente que eu já conheci, ele realmente viveu a vida", disse Vieira.
Nos 40 dias em que ficou internado no Hospital Santa Joana, no bairro das Graças, Clávio foi tratado por uma equipe de profissionais liderada pelo Dr. Marcos Magalhães. O problema nos rins exigia que o escritor realizasse tratamento de hemodiálise. "Desde o começo, nós lidávamos com a possibilidade de óbito. Apesar disso, ele encarava o tratamento com muita determinação", relatou o médico.
O médico Oscar Coutinho, esteve do lado de Valença durante 15 anos e disse que a saúde de seu paciente era um pouco fragilizada, mas o entusiasmo com que ele encarava os problemas era admirável. "Ele encarava a doença com espírito forte, com uma coragem extraordinária, mantinha o senso de humor, eu fui fã dele até que ele morresse", homenageou Coutinho.