Desde a realização da 1ª Copa do Mundo, em 1930, no Uruguai, é a primeira vez que um chefe de Estado e o Presidente da FIFA não fazem o discurso oficial de abertura para não serem hostilizados pela torcida. Um fato inédito!
E nesse embate entre os que defendem a Copa, entre os que são contra e ainda entre os que são a-favor-com-um-pé-atrás (rsrs), existe um legado que não podemos esquecer, que é o seu legado IMATERIAL.
Quando a torcida hostiliza a presidente do país e o presidente da FIFA, embora em tom rude e desrespeitoso, traduzem o sentimento e a alma de um povo que amadureceu, deixando um recado bem claro: Copa e futebol, SIM! Com roubalheira e superfaturamento, NÃO!!
E se a Dilma está sendo hoje o desaguadouro desse desabafo, é porque está ocupando ocasionalmente o cargo máximo da nação, mas enganam-se os que pensam que este não é um recado dirigido também ao PSDB do Aécio Neves, ao PSB do Eduardo Campos, à Rede da Marina Silva ou a qualquer outro partido que tente usar, como faziam até poucos anos atrás, a paixão do brasileiro pelo futebol em favor de seus projetos de poder. A revolta é contra as velhas práticas e não apenas contra o governante A ou B.
Definitivamente o povo brasileiro não é mais o mesmo! Aquela época em que nos contentávamos com um pão e o ingresso para o circo acabou!
Aprendemos a exigir honestidade e transparência no trato da coisa pública!
Eis, a meu ver, o grande legado da Copa 2014.