JORNAL CIDADE: Qual o efeito da ausência de um líder e como anda a política hoje aqui?
Paulo Camelo: Olha, A nossa cidade carece de uma representação política a altura do nosso potencial e da nossa história. É público e notório que os últimos governantes e o atual, prefeito Izaías Régis, não se deram aos meios de formarem novos quadros político em nossa cidade. Os ex-prefeitos José Inácio, Ivo Amaral, Bartolomeu Quidute, Silvino Duarte e Luiz Carlos, não preparam novos políticos para manterem aceso os seus grupos de sustentação política. O prefeito atual, Izaías Régis, caminha no mesmo ritmo.
JORNAL CIDADE: E quais foram esses líderes “Burgueses” do nosso município?
Paulo Camelo: O ex-deputado estadual Elpídio Branco, o ex-vice-prefeito Abdias Branco, o ex-prefeito e ex-deputado estadual Francisco Figueira (maior exportador, na década de 1950, de café do Nordeste) e o empresário Vavá Moraes. Podemos também admitir que o ex-deputado federal José Tinoco, era também um Líder Burguês.
JORNAL CIDADE: Você não acha que Armando Monteiro, tem contribuído com o desenvolvi-mento da cidade?
Não. O ministro Armando Monteiro, foi Presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria) e sequer trouxe uma fábrica de pipoca para Garanhuns. Sendo membro nato da Legião Estrangeira, ele procura dominar e ocupar a cidade em pontos estratégicos, assim como os romanos faziam na época do Império Romano. Os Centros de Saúde, o SENAI, a outrora Escola de Música, a ACIG (ou ACIAGAM) se localizam em pontos privilegiados para ações políticas. Além da atividade improdutiva, eventualmente realizada pelo ministro Armando Monteiro, denominada de AÇÃO GLOBAL.
JORNAL CIDADE: Então na sua concepção, Izaías deve fazer um bom governo?
Paulo Camelo: Sim. Devemos torcer não só para que Izaías faça um bom governo, como também para que o PSOL, a partir de janeiro de 2017, faça melhor. Não podemos torcer quanto pior, melhor para a oposição. Além do mais nem precisamos disso, uma vez que temos Propostas em demasia.
JORNAL CIDADE: Mas, e as obras que estão por vir, como a Reforma da Avenida Santo Antônio, não vai provocar o desenvolvimento?
Paulo Camelo: Evidentemente que a Reforma da Praça localizada na Av. Santo Antônio, não é suficiente para alavancar o desenvolvimento da cidade e muito menos a mobilidade urbana. Independente da bela arquitetura do Projeto de Reforma, o mesmo traz em seu conteúdo um erro grave, o qual consiste em excluir do Espaço Luiz Jardim, o trabalho em alto relevo do artista plástico garanhuense, Armando Rocha, já falecido, “transferindo o seu trabalho” para o muro do Mosteiro de São Bento. Ora, essa é uma idéia mágica da Legião Estrangeira, a qual está sendo capaz de promover um absurdo dessa natureza. Pois o trabalho artístico terá que ser reproduzido por um outro artista plástico, e nunca o verdadeiro Armando Rocha, já falecido. Portanto, trata-se de maquiar a cidade e esconder nosso Patrimônio Cultural e Artístico, o Armando Rocha.
JORNAL CIDADE: Mas, a Outorga Onerosa relativa ao Plano Diretor, aprovada pelo governo Izaías e pela Câmara dos Vereadores, o que você diz:
Paulo Camelo: O Plano Diretor, em vigor, não permite a construção de edificações com mais de três andares. A Outorga Onerosa, burla o Plano Diretor, ao permitir, mediante pagamento de tarifa progressiva, que se construa edificações com mais de três andares. Na prática o governo mágico de Izaías Régis, com apoio dos membros da Legião Estrangeira, passa a vender o “espaço” para aumentar sua arrecadação.
JORNAL CIDADE: Você é candidato a Prefeito em 2016?
Paulo Camelo: Está muito cedo para definirmos alguns nomes para participarem das eleições de 2016. Mas, em primeiro lugar o PSOL deve apresentar um bom Programa de Governo que atenda as reais necessidades da nossa população. Em segundo lugar, temos que convencer aos demais partidos políticos que devemos transformar a eleição num plebiscito, ou seja, com apenas dois candidatos, situação e oposição, sem a ingerência de políticos de outras cidades. Em terceiro lugar, nós garanhuenses precisamos acordar de um sono muito longo, afinal quando terminar o mandato de Izaías Régis, em 2016, vai completar 40 anos que Garanhuns elegeu seu último Prefeito natural da nossa cidade, Amílcar da Mota Valença. Portanto, virou uma brincadeira ser Prefeito de Garanhuns.
JORNAL CIDADE: O que falta mais para Garanhuns?
Paulo Camelo: Todo governo municipal precisa ter acesso ao governo do Estado, no caso o de Pernambuco. Desde o governo Jarbas Vasconcelos, incluindo Eduardo Campos e agora Paulo Câmara, que Garanhuns não tem acesso ao governador do Estado. Portanto, quando terminar o mandato do prefeito Izaías Régis, vais completar 20 anos que Garanhuns não tem acesso ao governo do Estado de Pernambuco. Some-se a isso tudo, os 8 anos perdidos no governo Lula, isto é, sem reivindicação apresentada, sendo que os ex-prefeitos Silvino Duarte (de Princesa Izabel/PB) e Luiz Carlos (de Calçados/PE), perderam 2 e 6 anos, respectivamente. AGORA DURMA COM ESSA BRONCA.
JORNAL CIDADE: Porque esses Estrangeiros mandam aqui?
Paulo Camelo: Em primeiro lugar, devido a ausência de Lideres Burgueses, bem como de Lideres de Esquerda com mandato eletivo. Em segundo lugar, em função da perda da população nativa. Ou melhor, Garanhuns perdeu sua população nativa e está sendo repovoada por pessoas de outras cidades, as quais em sua maioria não vestiram a camisa da nossa cidade. Daí, se explica parte da votação exagerada que é dada aos candidatos ao parlamento, oriundos de outras cidades.
Jornal Cidade: Mas, o prefeito, está pavimentando Ruas, instalou o Planetário no Parque Euclides Dourado e está mudando a cara da nossa cidade, dentre outras promessas que estão por vir?
Paulo Camelo: O primeiro aspecto consiste em dizer: Todo governo herda o bônus e o ônus da administração anterior. O governo Izaías Régis, deveria informar quais foram os Projetos e Obras, além dos Trabalhos Sociais, os quais foram herdados do governo do ex-prefeito Luiz Carlos. Igualmente deveria informar os recursos do governo do Estado de PE, especialmente os que foram oriundos do FEM (Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Municipal) e os serviços executados. O segundo aspecto a considerar consiste em afirmar que pavimentar Ruas é uma obrigação dos governantes, especialmente quando decidem priorizar a qualidade dos serviços e implantar o saneamento básico seja individual ou coletivo. Assim, o governo Izaías Régis, está carente nos seguintes itens: qualidade dos serviços; implantação do saneamento básico; aspecto ambiental. Quanto ao Planetário instalado no Parque Euclides Dourado, trata-se apenas de uma miniatura do Globo Terrestre. Num possível governo do PSOL, devemos procurar instalar um equipamento urbano, tipo o Planetário existente no Parque do Ibirapuera em São Paulo e do localizado em Brasília, próximo do Estádio Nacional de Brasília, o Mané Garrincha. Aproveito a ocasião para agradecer a você Robson e a todos que fazem o Jornal Cidade, por essa oportuni-dade em expor o nosso pensamento e contribuir com a preservação da democracia.