Estudantes e professores da Escola Luís Tenório de Carvalho |
O tempo vai passando e a gente vai vendo a vida correr cada vez mais depressa. Um processo contínuo de aceleração dos dias. Nesta terça-feira (10/03), em vários momentos, pude perceber o quanto as pessoas vão nos deixando e virando história. Por outro lado, é bom perceber que pudemos conhecer pessoas que de fato viraram exemplos para toda a sociedade.
Foi assim quando vi o nome de Mauro Lima estampado na placa de inauguração do Planetário, que lhe fez a justa homenagem. Poxa, até bem pouco tempo ele estava conosco, com tanta vitalidade, que apesar da idade, ainda trabalhava ativamente e administrava suas coisas.
Outro exemplo? Lá mesmo, no Parque Euclides Dourado, uma professora me pede para tirar uma foto dos alunos de sua escola, que estavam também no Planetário, maravilhados com a descoberta. Depois da foto, perguntei qual era o educandário: Escola Prof. Luís Tenório de Carvalho. Meu amigo, gentileza e educação em pessoa. Fui do Diretório Acadêmica da UPE quando ele foi diretor da faculdade, na época, FFPG - Faculdade de Formação de Professores de Garanhuns. Final dos anos 80. Era do tipo de personagem que atravessava a rua só para lhe cumprimentar. Dava um abraço, perguntava pela família, e seguia seu caminho, com toda tranquilidade. Exemplo de dedicação e respeito.
À noite. assistindo à magistral palestra sobre Simoa Gomes, apresentada pelo Confrade Igor Cardoso, do Instituto Histórico, que contou Garanhuns desde os índios e negros, da metade do século XVII, vieram os versos de Maurílio Mattos, poeta e artista plástico, que estão esculpidos na Praça Luís Jardim, completando os painéis de Armando Rocha sobre a história de nosso município. Como disse, magistral!
Maurílio Mattos foi nosso professor de Química no Colégio Estadual Prof. Jerônimo Gueiros. Figura impoluta, muitas vezes mais sério que precisava, mas de um conhecimento, inteligência e caráter indiscutíveis.
Armando Rocha, amigo inseparável de meu tio Espedito Dias, ambos artistas das tintas, chamava-me poetinha. Eram meus primeiros passos com a escrita. Eu via ele pintar em sua casa, na Av. Santa Rosa. Colocava um disco pra tocar, acendia um cigarro, um vinho num canto do chão da sala e suas telas ganhavam vida. Vários painéis espalhados pela cidade relembram sua forma inconfundível de pintar as pessoas. Virou história!
Vi Monsenhor Adelmar, Amílcar Valença, Dominguinhos, Toinho Alves, Aluízio Alves, José Cardoso, Cristina Tavares, Ivaldo Dourado, e tantos outros que a memória dos anos que passam já não ajuda mais. Gente ligada a Garanhuns, e que a cidade deve sua identidade a todos eles.
O tempo vai passando e as pessoas que fazem por merecer, viram histórias. Boas e emocionantes histórias.
Assisti a palestra de Igor Cardoso, uma aula sobre nossos antepassados, e a gente descobre que as páginas deste livro ainda estão sendo escritas no presente.