Marco Aurélio Mello
Jornalista - Especial para o blog
Recentemente, assisti uma entrevista na Tv NBR com um diretor da Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República sobre o Programa de Desenvolvimento da Aviação Regional, elaborado em 2012 e que prevê, em uma primeira fase, a construção e/ou recuperação de 270 aeroportos regionais espalhados por todo o País. Para isso, serão investidos R$ 7,3 bilhões. Segundo o órgão, a ideia do governo federal é fazer com que os brasileiros tenham à disposição pelo menos um aeroporto a uma distância de 100 quilômetros.
A meta é, sem sombras de dúvidas, ambiciosa, diante do país continental no qual vivemos e tenta colocar o Brasil em patamares hoje existentes na Europa e Estados Unidos. A secretaria assegura que os recursos estão garantidos porque são do Fundo Nacional de Aviação Civil (FNAC), que só podem ser usados para desenvolver e fomentar o setor. Eles serão liberados de acordo com a apresentação dos projetos pelos parceiros, os estados e municípios, e após análise da equipe técnica do órgão.
A secretaria garante que o programa está em andamento, com 64 projetos quase em fase de licitação e que não há um avanço maior pelo simples fato de que algumas propostas apresentadas, muitas vezes, fogem completamente da realidade, por sugerirem obras que não condizem com o porte do município contemplado e precisam ser refeitos.
As informações da Secretaria me deixaram curioso. Fui então fuçar o Programa e comprovei que na lista de contemplados está Garanhuns, assim como outros 8 municípios pernambucanos. No total, serão R$ 220 milhões previstos para essas obras, só no Estado.
Ainda segundo informações do Programa, o projeto deveria ser iniciado, em Garanhuns, no segundo semestre do ano passado, com previsão de conclusão em um ano. A inauguração estaria prevista para dezembro deste ano, o que obviamente não acontecerá.
Diante dessa realidade e do que esclareceu o representante da secretaria, fico pensando sobre o quê pode estar acontecendo para o aeroporto não sair. Resolvi, então, entrar em contato com a Secretaria Nacional de Aviação Civil e a resposta veio rápida, porém incompleta: Garanhuns está com seu projeto na segunda fase de tramitação (Estudo Preliminar) de um total de cinco para se tornar realidade. Neste ponto, a equipe técnica está detalhando o Estudo de Viabilidade Técnica (EVT), definindo o tamanho da pista, do pátio e do terminal de passageiros para se chegar ao montante de recursos a serem investidos.
Mas, as informações sobre o porquê de tanto atraso, a Secretaria não informou. Disse apenas que devemos acompanhar pelo site o andamento do projeto. De todos em Pernambuco, o aeroporto de Caruru é o que está mais avançado e o com maior atraso o de Petrolina, mas, lá no Sertão, o equipamento já funciona há muito tempo, com diversos voos diários para vários pontos do País.
Para um município como Garanhuns que conquista terreno no turismo, dispor de um equipamento urbano como um aeroporto em atividade é fundamental, além, claro de outras ações também importantes, que pretendo analisar em outro momento. Agora, é cobrar explicações sobre o porquê de tanto atraso. Será que não temos força política junto ao governo do Estado ou em Brasília para pressionar para que o projeto avance e não seja esquecido em alguma gaveta? Com a palavra a Prefeitura e, claro, o governo do Estado.
*Marco Aurélio Mello é garanhuense e jornalista, repórter e editor da TV Pajuçara/Record de Maceió (AL) e assessor de Comunicação da Presidência da Câmara de Vereadores de Maceió (AL).
https://www.facebook.com/aurelius.mello
Publicado originalmente em 12/06/2015