Para pagar promessa e a coisa melhorar, prefeito de Iati foi a pé para o Juazeiro do Ceará |
Recentemente em uma reunião de prefeitos na CODEAM, justamente para debater saídas para a crise, devido à diminuição dos repasses de recursos federais, alguns candidatos à reeleição demonstraram preocupação quanto aos seus mandatos, já que sem dinheiro em caixa, estão limitados, sem poder realizar grandes ações urbanas. Um chegou a dizer que se não fossem os recursos do FEM, sua cidade não teria como ter calçado ruas e realizado outras obras.
Um dos prefeitos chegou a falar abertamente sobre o risco eleitoral devido à crise, sendo acompanhado por outros presentes. Vale registrar que a reunião tinha mais de 20 chefes de executivo.
A crise é braba, principalmente para os municípios que têm como fonte majoritária de receita o FPM - Fundo de Participação dos Municípios. Outras receitas são vinculadas, como os fundos de saúde e educação.
Outro problema que tem acontecido é que com a queda na receita, o percentual de gasto com a folha de pagamentos tem extrapolado, e ficando próximo ou ultrapassando o limite prudencial, exigindo cortes de servidores, claro, os contratados. Mas estes são os que têm vínculo político, pois os efetivos não têm cor partidária. Aí é bronca, pois o prefeito corre o risco de perder apoios importantes. A questão é que o gasto com pessoal continua o mesmo, a receita é que caiu, e como a lei exige um percentual máximo com a folha de pagamentos, só resolve mesmo cortando contratados. Ou aumentando arrecadação, mas isto é uma utopia.
A preocupação de outro prefeito é que a oposição municipal tem colocado a crise econômica como um problema local, por incompetência administrativa única e exclusivamente do prefeito. Se tá ruim, a culpa é do prefeito. "É bom ser oposição neste momento. É só falar" - registrou uma liderança.
"Quem for candidato à reeleição ou for apresentar um candidato à sucessão vai sofrer os efeitos da crise" - revela um prefeito.
Por outro lado, existe também incompetência em alguns casos. Trabalhar com dinheiro é fácil, é na falta dele que se conhecem os bons administradores.
Pra completar, a região passa por uma crise de governança, de abalo de lideranças em muitos municípios. A população na região que apostou em mudança política, mas parece que, em muitos casos, não deu certo. Já tivemos no Agreste prefeito afastado pela justiça, outro que enfrenta uma CPI por enriquecimento ilícito, e outro que se segura no cargo esperando o julgamento de uma liminar no STF.