domingo, 15 de novembro de 2015

Intolerância no Facebook atinge até quem demonstra fraternidade, igualdade e liberdade - Por Audálio Ramos Filho

Homem se emociona diante de objetos de tributo deixados em frente à cafeteria Carillon, em Paris, onde um dos ataques terroristas ocorreu (Foto: Thibault Camus/AP)

Algumas pessoas estão criticando através das Redes Sociais, principalmente o Facebook, quem está demonstrando solidariedade com a França, após o ataque terrorista que vitimou mais de 120 pessoas. Usuários do face estão colocando as cores da bandeira francesa em suas fotos, mas estão sendo brutalmente criticados, por outros usuários, que estão revelando a intolerância, lembrando os casos de Mariana e da Boate Kiss, quando, segundo as críticas, o governo francês ou próprios usuários não demonstraram esta mesma solidariedade. Talvez nem elas próprias tenham feito nada.

Uma coisa não tem nada a ver com a outra. O país parou para acompanhar as duas tragédias brasileiras, que são mais frutos da falta de fiscalização das instituições públicas, que poderiam ter previsto tais situações. O país inteiro se solidarizou, e espera que os responsáveis paguem por suas negligências e crimes.

Em Paris o atentado foi contra a humanidade. A morte fortuita patrocinada por uma organização terrorista, o Estado Islâmico, que denota um debate mundial sobre os caminhos que está indoa a humanidade. 

Portanto, deixem quem quiser demonstrar compaixão e fraternidade, aliás, um dos tripés franceses. Não entendo quem possa criticar um ato de respeito.

Diante do caso e da repercussão no Facebook, Audálio Ramos Filho assinou excelente texto, que reproduzimos abaixo:



Sinceramente é muito reducionismo e pobreza de espírito, os banners estão aflorando "Ninguém em Paris ficou de luto pelos mortos da Kiss" - "O desastre de Mariana matou "400" pessoas e ninguém coloca as cores de Minas Gerais... Há uma grande diferença entre o desastre ambiental e o terrorismo na França que atinge de maneira direta a própria civilização ocidental, tudo que foi construído, o Estado Democrático de Direito, a Paz principalmente! Em Minas Gerais temos todo o Brasil ao lado da população e do meio-ambiente.

Situações distintas, mas o reducionismo tenta colocar no mesmo patamar e que não são excludentes como alguns tentam colocar. O reducionismo, a visão focada no seu horizonte restrito, nos faz ver o mundo como galinhas, ciscando e olhando para baixo e não como águias, que vêem tudo e todos com uma visão multicultuiral, democrática, abrangente e justa. 

Defender o meio-ambiente começa de casa, quantos já foram na Vila Maria os nas nascentes do Mundaú, ou fizeram algo concreto contra a degradação, coloquem a bandeira de Garanhuns em seus perfis e não a de Minas Gerais.

A tragédia da boate Kiss são as mortes anunciadas da falta de fiscalização, de locais de eventos com uma só porta, sem saída de emergência, aqui mesmo pode ter um local assim. Vamos denunciar, vamos agir.

O terrorismo na França está reduzindo a humanidade, a civilização, corremos o risco da volta a barbárie incentivada pelo fundamentalismo islâmico que não respeita os valores ocidentais construídos em centenas de anos e sob tanto sofrimento - vide as guerras mundiais.

Procuremos ser razoáveis, colocar na balança as situações, e dar a elas o tratamento que cada momento merece, e antyes que eu esqueça, estão matando o Rio São Francisco, o Rio Capibaribe, o Rio Una... e tantos outros, morte lenta e anunciada, como diria João Cabral, é morte medida! Seria bom usarmos também a bandeira de Pernambuco em nossos perfis...

Audálio Ramos Filho



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