O futuro está na
retomada das mudanças
Proposta para discussão do
Diretório Nacional
O Brasil atravessa período de crise e turbulência, em que se
confrontam distintas visões sobre o desenvolvimento nacional,
expressando interesses de classe e projetos políticos que se contrapõem
na sociedade e no Estado.
Vivemos, de fato, uma encruzilhada entre o passado e o futuro.
As forças conservadoras -- representação política do grande
capital rentista, local e internacional -- desfecham ofensiva para
impor um programa de retrocesso, marcado pelo retorno agravado
das ideias neoliberais.
Sua ambição é resolver as dificuldades econômicas e fiscais
com redução de direitos sociais previstos na Constituição de
1988, corte de gastos e de investimentos públicos, queda real de
salários, proteção do lucro financeiro, privatização de empresas
estatais e aliança subordinada às principais potências capitalistas.
O ponto de vista desses setores é velho conhecido do povo
brasileiro...
O bloco progressista, liderado pelo PT, peleja por outro caminho
-- dentro e fora das instituições -- incluindo o governo de
coalizão liderado pela presidenta Dilma Rousseff .
...Esse ciclo (econômico), no entanto, começou a se esgotar durante o
governo da presidenta Dilma Rousseff, particularmente quando
a longa crise de superprodução do mundo capitalista levou à
depressão de preço e volume dos produtos extrativistas....
...As finanças públicas, afetadas pela queda do crescimento e
pela expansão dos subsídios fiscais, começaram a entrar em
crise aguda a partir do terceiro trimestre de 2014, com a emergência
de cenário recessivo, posteriormente exacerbado pela
escalada da taxa básica de juros. ..
...O aumento da taxa Selic, em 2015, levou o Brasil a um déficit
nominal de 10,34% do PIB, contra 6,05% em 2014, com o pagamento
de juros nominais que saltaram de R$ 311 bilhões (5,48%
do PIB) para R$ 501 bilhões (8,41%). Se a taxa básica estivesse congelada
pela média de 2014, a diferença de R$ 190 bilhões teria
neutralizado o déficit primário de R$ 111,24 bilhões e gerado folga
de quase R$ 80 bilhões para investimentos, mantida a dívida bruta
em 66,2% do PIB...
...Até mesmo o economista-chefe para a América Latina da
Standard & Poor’s, Joaquín Cottani, insuspeito de heterodoxia, propôs
a redução imediata da taxa Selic dos atuais 14,25% para 7,25%
anuais, com o propósito de derrubar o déficit nominal brasileiro
para 2,5% do PIB até o final de 2017. De quebra, o impulso à recuperação
da economia possivelmente levaria à expansão da base
de cálculo, diminuindo a participação da dívida sobre o produto
interno...
AGORA COMIGO: O texto acima não é de um partido da oposição e sim do próprio PT, e abre um documento de 16 páginas, onde critica abertamente a condução da economia no Governo Dilma e sugere mudanças radicais, longe do que está sendo feito.
O partido chega a concordar com agências internacionais.
O documento foi divulgado nesta sexta-feira (26) pelo Diretório Nacional do partido, que o chamou de "Programa Nacional de Emergência", com 20 propostas, que vão da redução da taxa básica de juros, a volta da CPMF e um reajuste de 20% no Bolsa Família.
O documento servirá de proposta para discussão do diretório nacional.