Respeito a bebês e seus familiares é o mote do trabalho
Primeiro Estado a notificar a mudança do padrão da microcefalia no País, Pernambuco possui, atualmente, 366 bebês com diagnóstico positivo da malformação. Como nova condição para a maioria das pessoas, ela ainda é recebida pela sociedade com desinformação. Com o intuito de conscientizar a população, enfrentar o preconceito e preparar as famílias para acolher os bebês na sociedade, o Governo do Estado passou a veicular, na última sexta-feira (01/07), a campanha Em Pernambuco, quem nasce com microcefalia é recebido pela família com amor, pelo Estado com atenção e por todos com respeito.
Baseada em casos reais de famílias pernambucanas, a campanha tem origem em um ensaio fotográfico sensível, que apresenta a relação de carinho e afeto entre pais e filhos. As fotos darão vida não só a uma campanha de mídia, mas a uma exposição itinerante que percorrerá todo o Estado. As peças poderão ser observadas em mídia exterior (backbus e frontlight), anúncios de jornal e revista, além de ações noturnas de walkmídia, internet, blogs e cinema. Comerciais também serão exibidos na grade de programação das TVs, com depoimentos e relatos de cada família participante.
“O Governo de Pernambuco tem encarado essa situação de frente. O Estado foi o primeiro a notificar e acompanhar os casos de microcefalia, foi o primeiro a criar um protocolo de atendimento, que se tornou modelo para outros estados e países, sem contar a descentralização do atendimento às crianças com microcefalia. Assim, não poderíamos deixar de levantar essa discussão junto à sociedade. Precisamos e estamos garantindo os direitos dessas crianças, mas também queremos garantir o respeito e a dignidade com que elas e seus familiares precisam ser acolhidos na sociedade”, explica o governador Paulo Câmara.
O trabalho contará também com um hotsite específico (www.recebacomamor.com.br), no qual as pessoas poderão acessar e deixar mensagens, por meio de vídeos, fotos e textos, para os bebês com microcefalia que estão nascendo em Pernambuco. O portal contará ainda com as peças da campanha, fotos das famílias e perguntas e respostas sobre microcefalia, para trabalhar os estigmas sociais relacionados ao tema, além de toda a rede de atendimento descentralizada do Estado.
MICROCEFALIA – Pernambuco foi pioneiro na identificação da alteração no padrão da microcefalia, na estruturação de um sistema de vigilância para este evento inusitado em saúde pública e na organização da rede de atenção e acompanhamento das gestantes e crianças com microcefalia.
Rede de saúde – Após pouco mais de 8 meses do início dos esforços para garantir o acompanhamento e tratamento dos casos de microcefalia, a rede estadual passou por uma reestruturação. No final do ano passado, o Estado contava com apenas duas instituições que atendiam as crianças com microcefalia – o IMIP e a AACD, isso devido ao fato de que, historicamente, o Estado registrava cerca de 12 casos da malformação por ano. Atualmente, 24 unidades em todo o Estado já prestam algum tipo de atendimento relacionado à microcefalia. No mês de julho, a UPAE de Limoeiro e o Hospital Regional Fernando Bezerra, em Ouricuri, vão iniciar o trabalho de reabilitação das crianças. Até outubro do ano passado, uma criança precisava percorrer, em média, 420 quilômetros para ter um atendimento para microcefalia. Atualmente, essa distância foi reduzida para menos de 60 quilômetros de distância.
Pesquisa – Pernambuco também tomou uma iniciativa pioneira no Brasil de fomento à pesquisa científica nessa área. Neste sentido, foram investidos R$ 3 milhões, de recursos das secretarias estaduais de Ciência e Tecnologia e da Saúde, via Facepe, para fomento às pesquisas que buscam identificar e conhecer melhor o vírus Zika.
Secretaria Estadual de Saúde - PE