domingo, 15 de janeiro de 2017

Como foi o dia do Centenário da Hecatombe de Garanhuns

Episódio histórico foi lembrado em diversas homenagens promovidas pelo Instituto Histórico, por meio das Comissão do Memorial do Centenário da Hecatombe







Um fato que marcou a história de Garanhuns há exatos 100 anos foi lembrado em diversas atividades durante todo este domingo (15). O dia foi repleto de homenagens a todos que foram vitimados na Hecatombe de Garanhuns. Um marco triste, mas que deve ser estudado e perpetuado pelas gerações, para que não seja esquecido.

As atividades tiveram início logo pela manhã quando o “Grupo de Amigos Caminhantes do Parque” saíram pelas ruas da cidade em caminhada, até a chegada à loja de atendimento da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) — sede da antiga cadeia pública da cidade. No local, os caminhantes foram recebidos pela Orquestra Manoel Rabelo que executou o hino do Garanhuns e logo após foi respeitado um minuto de silêncio em homenagem aos mortos na centenária tragédia.

O momento contou com a presença do prefeito em exercício, Haroldo Vicente, de integrantes da Comissão do Memorial do Centenário da Hecatombe e representantes das famílias vitimadas no massacre de 1917. “O fato é marcante não apenas para Garanhuns, mas para todo Pernambuco, já que foi uma das maiores tragédias políticas do estado. A comissão surgiu com esse objetivo, de resgatar figuras que foram importantes durante o episódio. Para que a população tome conhecimento do outro lado da história, não apenas da violência da hecatombe”, declarou o presidente da Comissão do Memorial, o professor Cláudio Gonçalves.

Através de uma parceria com a Compesa, a sede da instituição permitiu que a comissão organizasse uma homenagem por meio de uma placa, que foi instalada na entrada do prédio onde ocorreu a chacina. Dentre os mortos no episódio estava o coronel Júlio Brasileiro, prefeito eleito na época e que não pode tomar posse por ter sido assassinado no dia 14 de janeiro daquele ano. “É importante ressaltar que apesar da tragédia, o que prevalece é a paz. O fato ficou na história do município, mas aquilo que houve no passado não reflete em nosso futuro. Nessa data realmente não há comemoração, a família apenas segue enlutada pelos cem anos da tragédia”, declarou o representante da família Brasileiro, o controlador municipal, Glauco Brasileiro.

Complementando as atividades do centenário da Hecatombe foi realizado um culto na Igreja Presbiteriana Central, às 10h, e uma missa na Catedral de Santo Antônio, às 19h30. Além das celebrações religiosas a bandeira do município foi hasteada a meio mastro no dia de hoje, em frente ao Palácio Celso Galvão. Até o dia 31 de janeiro segue aberta para visitações a exposição “Hecatombe de Garanhuns”, das 08h às 17h, na sede do Instituto Histórico, Geográfico e Cultural de Garanhuns (IHGCG).

O que foi a Hecatombe - O episódio, que aconteceu em 15 de janeiro de 1917, ficou marcado por ser uma série de assassinatos de comerciantes e políticos. O resultado da eleição teria motivado os assassinatos. Sales Vilanova, opositor político, matou o então prefeito eleito, Júlio Brasileiro, no dia 14 de janeiro, no Recife, capital do Estado. As outras pessoas foram assassinadas dentro da cadeia pública, onde estavam sob guarda. Os documentos mostram que mais de 15 pessoas foram mortas no período.

Secom/PMG
Fotos: Aquilles Soares e Jacqueline Menezes ​

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