domingo, 29 de janeiro de 2017

Garanhuns pode ter prejuízo milionário com paralisação do transporte alternativo regional



A Autarquia de Trânsito de Garanhuns iniciou a fiscalização do transporte alternativo regional que vem para o município, proibindo que as vans deixem e peguem passageiros fora do ponto "final", principalmente exigindo que não sejam deixados pacientes de frente aos hospitais e à Upae. A fiscalização visa atender à legislação municipal. Este tipo de transporte, do ponto das vans para qualquer outro lugar da cidade, deve ser feito pelo transporte público autorizado, seja taxi, mototaxi ou ônibus coletivo.

Contudo, a medida, que segundo o município cumpre exigência do Ministério Público, gerou grande repercussão e polêmica. Os profissionais do transporte regional e os passageiros estão reclamando, e pedindo que sejam oferecidas condições de embarque e desembarque, com um terminal integrado de passageiros. Garanhuns, ao contrário de outros municípios como Arcoverde e Caruaru, não oferece esta infraestrutura. Os pontos "finais" do transporte alternativo ficam espalhados por diversas ruas do centro da cidade, muitos deles em ladeiras e distantes de pontos de transportes "autorizados" ao deslocamento urbano.

Mas a questão polêmica é econômica. Muitos usuários do Polo Médico vêm para Garanhuns justamente pela economia, pois a região é pobre, e os pacientes, muitas vezes, vêm somente com o dinheiro da passagem. É comum também estarem acompanhados, o que encarece a viagem.

O comércio também recebe diariamente milhares, de pessoas, e a fiscalização imediata pegou todo mundo de surpresa, causando polêmica e discussões sobre prejuízos financeiros a curto, médio e longo prazo, pois encarecendo a viagem para Garanhuns, as pessoas podem começar a se dirigir para outros centro urbanos.

São aproximadamente 600 vans cadastradas na associação, de mais de 26 municípios, mas os números são ainda maiores, pois tem cidades que não participam da associação. Imagina-se que algo em torno de 40 municípios tenham carros diários para Garanhuns. Imaginem com cada carro fazendo uma ou duas viagens por dia quantas pessoas vêm fazer compras, consultas médicas, buscar serviços...

A solução é o terminal de passageiros que foi inclusive promessa de campanha de Izaías Régis nas duas eleições, mas nunca saiu do papel. Com esta infraestrutura, podendo ser gerida pela iniciativa privada, através de uma PPP, os passageiros teriam acesso facilmente ao transporte público urbano, além de receberem o tratamento que merecem.

Uma paralisação regional está sendo convocada, e se acontecer, Garanhuns só tem a perder. Imaginem quanto deixa de entrar de dinheiro em Garanhuns com apenas um dia de parada geral. E a longo prazo com a diminuição de pessoas vindo para a cidade. Está na hora de dialogar. E Urgente!!

A coisa já não está boa, e fazendo assim...

E pra finalizar, tem a questão humana, a pessoa veio para uma consulta médica porque já não está bem, e o município exige deslocamentos desnecessários, só por conta da atividade econômica. Tem quem ache desumano.

RÁDIO MÚSICA BRASIL MPB

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