A antiga Estação Ferroviária de Garanhuns foi transformada no Centro Cultural Alfredo Leite Cavalcanti, com administração municipal. Infelizmente, vive um dos momentos mais difíceis de sua história, precisando de restauração e fechado há mais de um ano, aliás, no ano passado abriu somente para algumas apresentações teatrais no Festival de Inverno, mesmo assim de forma precária em sua estrutura.
O Centro Cultural abriga o principal teatro de Garanhuns: Teatro Luís Souto Dourado |
Não vemos na atual gestão municipal interesse nem recursos para a restauração, assim como não tem uma política cultural de aproveitamento daquele espaço, assim, tem sido mais cômodo ele fechado mesmo. Dá menos trabalho. Teatro, dança, artes plásticas, literatura, entre outras linguagens, têm se virado sem apoio municipal para suas produções, que por conta destas dificuldades, têm ficado cada vez mais escassas.
O EXEMPLO DE ARCOVERDE
Arcoverde reabriu o centenário Cinema Rio Branco em parceria com o Governo de Pernambuco. Esse momento só foi possível, diante do esforço da gestão municipal, aliado ao apoio do Programa Cine de Rua (Secult-PE e Fundarpe). O programa foi desenvolvido a partir de um Grupo de Trabalho formado por representantes do poder público e da sociedade civil.
Por meio do acordo, a gestão estadual firmou o compromisso de prestar, por três anos, assessoria técnica especializada, curadoria e, de uma maneira estratégica, ações em parceria com a Fundação Joaquim Nabuco que ajudem a formar projecionistas e programadores no município.
“É com bastante entusiasmo que comemoramos este momento, que só foi possível pela união de diversos agentes públicos e da sociedade civil comprometidos com requalificação desses espaços”, afirmou o Secretário Estadual de Cultura, Marcelino Granja.
Agora, o Cinema Rio Branco faz parte do organograma da recém-criada Secretaria de Cultura e Comunicação de Arcoverde. “A gestão e ocupação dos equipamentos culturais é uma prioridade. O Cinema Rio Branco é o centro da política de audiovisual e de difusão que o município vai desenvolver”, afirmou a nova Secretária, Teresa Padilha.
Enquanto isso, Garanhuns tem seu templo cultural fechado e sem perspectivas.
Imagino a Secretaria de Cultura do Estado gerindo o Centro Cultural de Garanhuns, através da Fundarpe, requalificando o espaço para receber nossos artistas e espetáculos que circulem o estado e o país, além de poder funcionar como uma Escola de Formação Artística. Mas sobre isto, a gente fala depois, seria a EMA, Escola Municipal de Artes.
No futuro, quando Garanhuns demonstrasse interesse em ter uma política cultural ampla, poderia voltar a administrar o teatro. Lembrando, em sua essência, o Centro Cultural foi pensado para ser um espaço de cultura, desde seu batismo. O sentimento de ver o nosso Centro Cultural fechado é triste. E sem participação e manifestação da sociedade, principalmente da cadeia produtiva artística, ele permanecerá desta forma.
No futuro, quando Garanhuns demonstrasse interesse em ter uma política cultural ampla, poderia voltar a administrar o teatro. Lembrando, em sua essência, o Centro Cultural foi pensado para ser um espaço de cultura, desde seu batismo. O sentimento de ver o nosso Centro Cultural fechado é triste. E sem participação e manifestação da sociedade, principalmente da cadeia produtiva artística, ele permanecerá desta forma.
Na contramão de Arcoverde, Garanhuns deu fim a sua Secretaria de Cultura, que na prática funcionava como promotora de pequenas festas, sem discutir e implantar de verdade o Sistema Municipal de Cultura.