O ex-presidente Lula surpreende a cada divulgação de pesquisa eleitoral. Mesmo diante de uma iminente condenação por corrupção da Operação Lava-Jato e uma mídia altamente negativa nos últimos anos, Lula tem liderança indiscutível, com quase três vezes mais votos que o segundo colocado, o capitão deputado Jair Bolsonaro. Outra surpresa é a queda da rejeição do garanhuense.
Se a eleição fosse hoje, poderia acabar no primeiro turno, como já dissemos aqui. (Relembre)
Contudo, Lula tem feito peregrinação por alguns estados e tem encontrado pouca gente em seus discursos. O que explica isso? Vário fatores. Um deles, a forma agressiva que a política tomou nos últimos tempos, com as pessoas partindo para ataques pessoais nas redes sociais. Tem ficado perigoso e tende a piorar à medida que a eleição se aproxime. Hoje quem defende um candidato ou uma ideologia partidária, tem que estar preparado para um confronto. Muita gente tem evitado esta exposição.
Lula tem dois tipos de eleitor, aquele que acredita que o ex-presidente é inocente e vem sofrendo perseguição política e judicial, achando somente que ele estava mal acompanhado e assessorado. E o outro que acha que Lula sabia e participava dos esquemas (e até que era o chefe), mas mesmo assim, defende que ele ainda é melhor que os outros, principalmente os tucanos e a turma do Michel, muito mais corruptos. Lula beneficiou o pobre, o Nordeste e ampliou programas sociais em todos os setores. O Brasil era melhor com Lula. Este argumento serve para os dois eleitores.
Por tudo isso, e muito mais, o eleitor de Lula está em casa, frustrado com as mudanças políticas, e diante de tanta bagaceira na política nacional nos últimos tempos, prefere ficar assim, caladinho, e as pesquisas têm mostrado isso.