Estamos vendo novamente o clamor da sociedade para que os eleitores de Garanhuns privilegiem candidatos da cidade nas eleições de outubro. Centenas de candidatos têm votos em nossas urnas, os chamados forasteiros, e os daqui não têm votos fora que possibilitem a eleição, por isso, são dependentes dos votos conterrâneos. São 49 deputados na Assembleia Legislativa de Pernambuco. Garanhuns tem o 10º colégio eleitoral do estado, portanto é inexplicável esta falta de representação.
É comum ouvir que Garanhuns não pode ficar sem deputado, e muitos até esquecem que Izaías Régis foi deputado por 10 anos, abdicando do exercício do seu terceiro mandato pela metade para assumir a prefeitura da cidade. Junto com Armando Monteiro, Izaías já é majoritário na cidade há 15 anos. Some-se aos dois o deputado Jorge Corte Real.
Há quem acredite que o prefeito não tem interesse de fazer deputado para não impulsionar o aparecimento de outras lideranças no município. Isto é uma questão de opinião, e se fosse verdade, quem perderia seria a cidade. Mas vejam, na eleição anterior, Izaías apoiou Zaqueu, que se tivesse sido eleito, estaria em um outro patamar político atualmente. Tanto é que Izaías ainda não anunciou seu apoio a um candidato a deputado estadual este ano, e tem aberto todos os espaços do seu governo para Álvaro Porto, até contrariando seu discurso histórico.
O apoio a Audálio Flho pode salvar Izaías do constrangimento, mas precisaria apoiar para valer, contactar lideranças regionais, unir seu grupo político, cobrar engajamento... Do jeito que está, com parte significativa da prefeitura no palanque de Álvaro, a candidatura de Audálio já nasceria sem o apoio necessário na base. Izaías sabe que precisa arrumar votos fora para se eleger, pois foi deputado três vezes assim.
De fato, Garanhuns tem ficado para trás pela falta de força política, comparando com outros municípios até de menor porte, como Arcoverde, Serra Talhada e Salgueiro.
Alguns outros nomes são colocados para estadual pela Frente Popular, a exemplo de Sivaldo Albino e o empresário Edival Veras, mas somente com aporte regional teremos a viabilidade de suas eleições, pois não dá pra esperar somente de Garanhuns.
Toda eleição tem outros candidatos que entram na disputa, que todo mundo sabe que não têm chance alguma e acabam atrapalhando quem pode chegar à ALEPE.
Vemos sempre também lideranças comunitárias e até vereadores anunciarem apoios a "estrangeiros" em troca de benefícios pessoais, e a cidade ver escoar milhares de votos para quem não tem compromisso com nossa população.
Ou se debate seriamente esta questão, ou teremos novamente outra decepção nas urnas.
Para federal é diferente. O quociente está muito alto, e dificilmente no curto prazo aparecerá esta liderança local que brigue com os atuais deputados federais por uma vaga no Congresso Nacional. O investimento é alto e é necessário um trabalho de conquista de espaços em dezenas de municípios para sonhar com o mandato.
Mas para deputado estadual, Garanhuns precisa mostrar união e vontade.