A última pesquisa para presidente mostrou que Lula continua liderando a corrida eleitoral para o Palácio do Planalto, mas sem ele, seu eleitorado se dispersa, ou seja, não tem um herdeiro natural. Vemos também que os principais nomes não conseguiram ainda fidelizar o eleitorado, que parece esperar por novidades, e é aí que entra o outsider Joaquim Barbosa.
O PSB parece ter acertado no que os eleitores querem, alguém sem histórico político, sem ligação com políticos investigados e, portanto, sem rejeição. E mais, vindo das esferas do Poder Judiciário, com o recall de ter sido um ministro do STF que combateu a corrupção.
Surpreendeu muita gente Joaquim alcançar a casa dos 10% nas pesquisas, e estar no retrovisor dos líderes Bolsonaro e Marina (se Lula não disputar). Barbosa tem potencial para herdar votos de Lula, e olha que não teve ainda, sequer, nenhum momento pré-eleitoral, quer fosse uma entrevista, um ato, um discurso, qualquer coisa. Portanto, esses 10% são frutos apenas do noticiário.
Quanto à exposição e conhecimento do eleitorado das pré-candidaturas, é claro também que Bolsonaro e Marina, junto com Ciro Gomes e Alckmin, já estavam na corrida eleitoral há algum tempo. Assim, à medida que mais pessoas saibam da história e da candidatura de Joaquim, seus números devem crescer ainda mais, é o que chamamos de "potencial de crescimento", quando mais pessoas tomem conhecimento da sua candidatura.
CANDIDATO DE CENTRO
Lula era sempre candidato de esquerda, e só se elegeu quando caminhou para o centro no projeto "Lulinha Paz e Amor". No geral, os eleitores temem os radicais, sejam de direita ou esquerda. Como já mostramos aqui, a corrida para presidente tem cerca de 20 competidores, e este ano com predominância da direita. A esquerda está em crise com a exposição da corrupção nos governos Lula e Dilma. Assim, além de Lula, temos apenas Manoela D'Ávila (PCdoB) e Guilherme Boulos (PSOL), além de Marina, que já não é tão radical como há alguns anos. Ciro Gomes é o típico centro-esquerda, hoje mais próximo do discurso de Marina. Ambos esperam herdar os votos de Lula.
A direita e a centro-direita têm vários candidatos, com Michel Temer, Rodrigo Maia, Jair Bolsonaro, Henrique Meirelles, alguns empresários e candidatos de partidos menores.
Joaquim Barbosa ocuparia o centro, conquistando eleitores dos dois polos. Em um possível segundo turno, pode conquistar a esquerda em uma disputa contra representantes da direita, Bolsonaro ou Alckmin, por exemplo, ou atrair o eleitorado da direita, em uma disputa com candidatos de esquerda.
Características como honestidade, credibilidade e coerência ajudarão Barbosa na campanha, em uma época de ódio nas redes sociais e de desconfiança na classe política nacional.