Passamos da metade de maio, com praticamente dois meses da pandemia decretada no país, e de lá até aqui, a Prefeitura de Garanhuns, município com cerca de 140 mil habitantes não entregou sequer um único leito para pacientes de Covid-19. Neste momento, e pelas próximas semanas, o município está completamente dependente do Governo do Estado, que já dispõe de leitos no Hospital Regional Dom Moura e adequou a UPAE para leitos de enfermaria e de UTI para Coronavírus. Além disso, está abrindo leitos no Hospital Nsa. Sra. do Perpétuo Socorro, da rede particular de saúde.
Pior, dos recursos extras que está recebendo, a prefeitura partiu para um reforma milionária interminável no prédio que abrigaria a UPA24h, e que segundo a prefeitura vai virar um centro de especialidades. Mas nem uma coisa nem outra. A obra que estava parada há vários anos, entrou nesta nova reforma e o prazo de entrega já passou, conforme podem ver na placa da obra, era para terminado na sexta, 15.
Fiquei também com uma pulga atrás da orelha por que a obra não determina qual o prédio que está recebendo os recursos do Ministério da Saúde, diz apenas "Um Edifício de Saúde".
Vale lembrar que a UPA24h já deveria ter sido inaugurada há uns cinco anos (acho que é isso). Como não foi, o Ministério chegou a cogitar que as prefeituras nesta situação com obras de UPAs que não tivessem sido inauguradas fizessem a devolução dos recursos recebidos e usassem o prédio como bem quisessem. A Confederação Nacional dos Municípios conseguiu negociar esta situação e o MS deu um prazo de quase seis meses para que os municípios regularizassem a situação para utilização do prédio. O prazo se encerrou em junho de 2019. Não sei se Garanhuns se adequou às normas.
Assim como outras obras em Garanhuns estão paradas há anos, para este da UP24h funcionar foi necessário novo investimento, pouco superior a R$ 700mil, e segundo informações, e não está perto de terminar. Segundo informações vai no mínimo uns 15 dias. A prefeitura já fez também chamamento público de quase R$ 1 milhão para equipamentos.
Enquanto isso a população não conta com um importante serviço para pacientes com Covid-19 em plena pandemia. E tem mais, venho dizendo que a necessidade neste momento passa a ser leitos de UTI ou CTI, e se o prédio for inaugurado sem respiradores já estará defasado, comparando até com hospitais de municípios bem menores que Garanhuns aqui da região.
Falta de recursos não é. Somente de recurso extra vem R$ 13 milhões.
E além de prédio e equipamentos, tem a questão de profissionais para trabalhar com pacientes com Covid-19. Fica a impressão que todo este atraso é intencional, já que o estado está aí assumindo esta demanda, e para elogios ou críticas, é quem aparece nesta hora.