Quanto mais desenvolvida uma cidade, mais as pessoas têm acesso à informação e às ferramentas das Redes Sociais que estão influenciando nas escolhas para as eleições.
São Paulo é o maior exemplo. Guilherme Boulos, mesmo no pequeno (em estrutura partidária) PSOL, está subindo e provavelmente estará no segundo turno na capital paulista. Boulos é atualmente a figura política mais presente nas redes sociais no país. Sua atuação virtual vem desbancando o bolsonarista Russomano. O prefeito Bruno Covas é o segundo em presença virtual. Não é coincidência.
Em Recife, a mesma coisa. João Campos e Marília Arraes são os mais fortes nas pesquisas e também nas redes sociais. A linguagem jovem conta muito, somada ao conteúdo e qualidade da comunicação.
Em Garanhuns, Sivaldo Albino é o mais forte no Instagram, Facebook e Whastsapp. O crescimento de sua campanha espelha isto. A proibição das caminhadas e outros eventos políticos nas ruas levou a campanha para as redes sociais, onde já estava acontecendo com força. Mas agora é quase total, exceto para Zaqueu, que vem descumprindo a determinação da justiça. Sivaldo vem fazendo lives e seus stories movimentam a campanha para seus eleitores e militância.
Muitos analistas políticos não estão avaliando a força das redes sociais, e apontam nomes para executivo e legislativo procurando os mais fortes nas ruas, mas a campanha está nas redes sociais. Não será surpresa a vitória de Sivaldo, João Campos e até Guilherme Boulos em SP. Foram as redes sociais que amplificaram o fato de Silvino não ter ido ao debate, colocando em risco uma campanha que seus correligionários consideravam confortável, e que agora veem o crescimento de rivais, principalmente Sivaldo, que vem com cheiro de virada na reta final.
Para o legislativo temos um quadro parecido, e não será surpresa a eleição de nomes que privilegiaram uma campanha propositiva no ambiente virtual. Se for surpresa, será somente para quem não conseguiu ver a campanha nas redes sociais.
Mas duas questões básicas. Não basta estar nas Redes Sociais, tem que ter conteúdo com propostas. E o segundo ponto, as Redes Sociais não substituem a campanha vibrante de rua, é uma soma. Continua importante o contato porta a porta, olho no olho, as visitas, as reuniões. Este contato é base para que qualquer postulante conheça a realidade das ruas, que é pasteurizado nas redes sociais, onde todos são felizes.
Mas nunca as redes sociais foram tão importantes em uma eleição municipal.