terça-feira, 6 de abril de 2021

Orçamento e liberação de cultos e missas aumentam tensão em Brasília enquanto país enfrenta colapso




Após decisões divergentes de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre a realização de cultos e missas em meio à pandemia do novo coronavírus, o plenário da Corte debaterá, na próxima quarta-feira (7), qual regra valerá para todo o país.

Kássio Nunes Marques deu liminar no sábado (3) permitindo a realização de cultos e missas presenciais em todo o país, durante a pandemia. Ontem, Gilmar Mendes foi no sentido oposto: proibiu as atividades religiosas em São Paulo enquanto a covid-19 não for controlada. Entre uma decisão e outra, os ministros não se falaram. Integrantes do tribunal atestam que o clima ficou pesado entre os dois, relata a colunista do UOL Carolina Brígido.

O episódio das igrejas fortalece Gilmar Mendes internamente. Na sessão de quarta-feira, ele deve sair vitorioso — e, segundo a bolsa de apostas do Supremo, promoverá nova rodada de alfinetadas na direção de Nunes Marques. No jogo de xadrez da Corte, Mendes está na vantagem desde março, quando conquistou a maioria da Segunda Turma na defesa da parcialidade de Moro. Foi uma espécie de coroação de todos os discursos que o ministro tem proferido em plenário contra a forma como procuradores da Lava Jato e Moro conduziram as investigações.

Paralelamente a esse debate no Judiciário, o Orçamento de 2021 aprovado no Congresso Nacional reacendeu uma "guerra" entre os ministros da Economia, Paulo Guedes, e do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, escrevem Carla Araújo e Luciana Amaral.

Enquanto membros da equipe econômica atribuem a Marinho parte da articulação que inflou as emendas parlamentares no Orçamento de 2021, aliados de Marinho, por sua vez, afirmam que o ministro estava de férias na semana de aprovação do Orçamento, e que Guedes "não consegue cumprir seus acordos e depois coloca a culpa nos outros".

A discussões acontecem no pior momento da pandemia no Brasil, quando diversos estados já vivem uma situação de colapso em seus sistemas de saúde — em São Paulo, por exemplo, 25 hospitais registram hoje ocupação de 100% de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) exclusivos para a covid-19.

O país atingiu hoje as marcas de 13 milhões de casos de covid e de 333 mil mortos pela doença, segundo o consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte. Sem diálogo com o governo federal, governadores passaram a acionar organismos internacionais e a articular entre si para conseguir mais doses de vacinas contra o coronavírus e também promover o intercâmbio de insumos.

UOL.

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