O colunista Jamil Chade aponta uma das maiores devassas na diplomacia brasileira, colocando em alerta embaixadores e a cúpula do Itamaraty.
A CPI da Covid no Senado solicitou mais de 2.000 páginas de documentos sobre o combate à pandemia do novo coronavírus.
Mas os telegramas, emails, instruções e ofícios internos foram classificados como sigilosos e são alvos de uma batalha para a retirada do caráter confidencial de suas informações.
Senadores trabalham contra o sigilo, enquanto o ministério se articula nos bastidores para evitar a desclassificação.
Para pessoas próximas à CPI, os papéis do Itamaraty são considerados uma rara prova de como decisões foram tomadas num governo que não costuma ter registros oficiais.
Já foram revelados telegramas da Covax Facility sobre mais doses de vacina ao Brasil e a atuação do ministério das Relações Exteriores em prol da cloroquina.
Outro ponto de atenção é a atuação do ex-chanceler Ernesto Araújo, que encarnou a ideologia da extrema-direita bolsonarista na diplomacia.
Procurado, o Itamaraty não respondeu aos questionamentos.