Os deputados federais têm plano de saúde pago pela Câmara dos Deputados. Apesar disso, 330 parlamentares, ou dois terços do total de 513, utilizaram serviços na rede particular e foram reembolsados em R$ 15,7 milhões na atual legislatura. O repórter Wanderley Preite Sobrinho conseguiu os dados por meio da Lei de Acesso à Informação.
Num período de 27 meses, os reembolsos foram de R$ 581 mil mensais, em média. Ou o equivalente a R$ 1.762 por mês a cada um dos parlamentares.
Por ano, a Câmara gasta R$ 134,35 milhões com o plano de saúde dos deputados, estendido aos dependentes. O convênio não cobre esse gasto extra, mas os ressarcimentos são permitidos.
Até o começo do ano, reembolsos até R$ 50 mil eram automáticos. Em 29 de março, porém, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), elevou em 170% esse limite. A avaliação à Mesa Diretora só é pedida quando os gastos ultrapassam R$ 135.400.
Os atuais deputados têm solicitado mais reembolsos do que na legislatura anterior. Entre 2019 e 2020, os parlamentares requisitaram a devolução de R$ 13,4 milhões, alta de 71% em relação ao período entre 2015 e 2016. Naquela época, foram reembolsados R$ 7,8 milhões, em valores corrigidos pela inflação.
Entre janeiro de 2019 e 31 de março deste ano, 26 parlamentares foram reembolsados em mais de R$ 100 mil. Cinco lideram:
Teresa Nelma (PSDB-AL) - R$ 2.028.389,78
Nilson Pinto (PSDB-PA) - R$ 735.412,68
Célio Moura (PT-TO) - R$ 693.568,49
Haroldo Cathedral (PSD-RR) - R$ 627.070,72
Gonzaga Patriota (PSB-PE) - R$ 371.641,33
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